Libere o Poder.
Alguns
anos atrás, um presidente dos Estados Unidos disse para um presidente
brasileiro: “você é o cara!” O presidente a quem se referiu se animou e, se até
aquele momento achava-se ser, passou a acreditar piamente.
Imagino
Jesus se encontrando com ele e dizendo: “o maior é aquele que é humilde como um menino” (Mt. 18).
Nota-se que, a despeito da interpretação do presidente elogiado, quem, na
verdade, estava se colocando como maioral era aquele que o elogiava. Segundo
Jesus, “a
humildade é característica dos grandes homens”.
Parece
ser natural no mundo de hoje os homens se acharem maiores e melhores do que os
outros. Isso me faz lembrar a oração do fariseu no templo, citado por Jesus no
capítulo 18 do evangelho segundo Lucas. Esta forma de encarar a vida e o
exercício da liderança em qualquer organização é fatal para sua sobrevivência,
haja vista que, se no início começou a obter progresso, com o decorrer do
tempo, fica "patinando" na rotina, no marasmo das mesmas soluções para problemas diferentes. Resultado, a organização deixa de caminhar no cumprimento de sua missão e passa a circular em torno de si mesma, perdendo tempo, dinheiro e energia nos meandros da administração eclesiástica.
O
exercício do poder é um vírus que nenhum ser humano suporta por muito tempo.
Perceba na história humana que a perpetuação no poder gerou homens bárbaros,
ditadores, fascistas e sanguinários. Por esta razão, para sua própria
preservação, é preciso uma mudança periódica na liderança, alternar o poder,
dar oportunidade para que outro homem ou mulher assuma as rédeas e contribua
para o amadurecimento da organização e adoção de melhores soluções, sem os
vícios adquiridos com o tempo e a repetição.
Isto
não tem sido possível em razão do orgulho que espeta o coração e convence a
razão do poderoso da vez. O orgulho que cega e escraviza, é o mesmo que mata,
principalmente, espiritualmente. Infelizmente, nossas organizações religiosas
estão com lideranças humanas cada vez mais fortes, do ponto de vista financeiro
e político, e fracas, do ponto de vista do Reino de Deus.
Essas
lideranças se tornam completamente despreocupadas com o bem estar da
organização e seus integrantes, e passam a se preocupar com a perda do poder que, por sua vez, representará diminuição de sua influência e perda
de recursos financeiros pessoais. A partir disto, a manutenção do poder passa a ser o
objetivo principal de sua administração, e com isto, as decisões, projetos e
ações são diretamente influenciadas por esta meta final.
Os
pastores presidentes, principalmente, precisam lembrar-se dos conselhos e
exemplos bíblicos, e, serena e equilibradamente, colocar um ponto final na
crença do poder vitalício ou eterno onde ele não existe. O exercício da
presidência de uma organização precisa de oxigenação, pois, “todos” os homens
precisam se reciclar e se permitir ensinar e liderar por outros. Isto é
crescimento pessoal e organizacional.
Todos
pedem a Deus que libere o seu poder sobre nós. Estamos num tempo em que, para
melhoria de nossas organizações religiosas e de nossa vida cristã na sociedade, “precisamos pedir a Deus que
peça aos homens que libere o poder sobre nós”.
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