O Reino de Deus Através da Igreja





Lição nº 5 – Jovens e Adultos – 3º Tri 2011 – CPAD 
Texto Áureo: Mt. 11:5 
Leitura Bíblica em Classe: Lc. 17:20,21; Mt. 18:1-5; Mc. 10:42-45 

A maior necessidade das pessoas nos dias atuais é identificar a igreja do Senhor Jesus. A quantidade de templos e denominações existentes, antes de representar o Reino de Deus entre nós, trouxe uma dúvida de legitimidade que paira sobre todos. Isso porque, dentre tantos grupos que se auto-intitulam representantes do Reino de Deus, há inúmeras farsas. 

Ramificações cristãs construídas a partir de sentimentos carnais como rebeldia, desemprego, vaidade, egoísmo, avareza, além dos enganos espirituais que juntos ou separados, protagonizam inúmeros comportamentos que antes de testemunharem a favor do Reino de Deus, depõe contra. 

O crente se rebela contra a direção da igreja de origem porque não aceita uma decisão ou orientação tomada legitimamente e abre uma nova denominação; outro, porque não encontra emprego e, acostumado a preguiça, faz de um templo seu ganha-pão; Outro se considera capaz de conduzir um rebanho, independentemente da convicção de sua chamada por Deus e, precipitadamente, abre uma nova igreja; outro, amparado num sentimento narcisista, quer ter o comando de “cultos a si mesmo”, para isto, abre um “trabalho”; outro, intencionalmente abre uma “porta” para ludibriar as pessoas e arrancar delas os recursos para suas farras pessoais; outro, engodado por espíritos enganadores, organiza grupos em salões, entorpecendo-lhes a consciência, cegando-os para a verdade de Deus e afastando-os do caminho da salvação. 

No meio disso tudo surgem os comportamentos estranhos, as doutrinas estranhas e as manifestações estranhas que terminam produzindo a insensibilidade, a injustiça e, por fim, a incredulidade. Por esta razão, é preciso conhecer as características da igreja que bem representa o Reino de Deus. 

  • CARACTERÍSTICAS DE UMA IGREJA QUE GENUINAMENTE REPRESENTA O REINO DE DEUS 

1. É Edificada Por Cristo 

Mt. 16:18 - “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”; 

Ef. 2:20 – “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina”; 

Uma igreja que bem representa o Reino de Deus não nascerá a partir de um sentimento humano isolado, mas, na intenção objetiva de Cristo em fazer chegar aos perdidos a mensagem, os deveres e as benesses do Reino de Deus. Uma igreja nasce, principalmente, impulsionada pela expansão do Reino de Deus entre nós, criando a necessidade de um novo templo para abrigar aqueles que o Espírito Santo convence e traz para seus cuidados. 

Há uma grande carência de igrejas em diversas regiões do nosso país e do mundo, no entanto, “alguns” se dizendo chamados por Deus, disputam palmo-a-palmo pequenas ruas dos grandes centros urbanos onde, nitidamente, o que se precisa é de apoio ao trabalho já ali estabelecido. Porém, como não há preocupação com o Reino de Deus e sim com seus próprios reinos, iniciam uma nova igreja concorrendo e atrapalhando o ambiente espiritual daquela localidade. 

Cristo afirma para Pedro que sobre a palavra de que “Ele é o Cristo, Filho do Deus vivo” a igreja é edificada, ou seja, a crença de que Jesus é o único e legítimo Filho de Deus, o Redentor do mundo, é a base de identificação de uma igreja verdadeira representante do Reino de Deus no mundo. Desta maneira, o Senhor Jesus ao estabelecer uma igreja leva em consideração a localização (próximo aos perdidos) e o propósito (salvar os que se haviam perdidos). 

Diferentemente do que acontece nos dias atuais, uma nova igreja só deve nascer a partir de uma direção dada pelo Espírito Santo à igreja de origem, liberando dentre os obreiros vocacionados um ou mais que, legitimamente, irá desempenhar um novo pastoreio no Reino de Deus. Dito isto, se em determinada localidade já existe uma igreja que legitimamente representa o Reino de Deus, não se justifica a abertura de uma nova célula do corpo de Cristo nas proximidades desta. 

2. É Pastoreada Por Obreiro Com Chamada Divina e Vocação 

Mt. 9:37,38 - “Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara”. 

At. 13:2 - “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”. 

1 Pe. 2:8 – “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. 

Levando em consideração o tamanho da área onde as pessoas estão, a fome que sentem pelo evangelho de Cristo e a necessidade de alcançá-las, a seara é muito grande (Rm. 10:13-15). Precisamos, então, de uma grande quantidade de obreiros, no entanto, esta necessidade não deve ser alcançada em detrimento das qualidades espirituais necessárias para quem quer servir a Cristo através da liderança de uma igreja. 

Os sentimentos que devem levar uma pessoa a se dispor liderar e amparar outras pessoas decididas por Cristo, devem ser os sentimentos de Deus. Mas, não só os sentimentos de Deus, porém, também, a certeza da convocação divina para o trabalho, fruto da dedicação e doação de si mesmo em favor dos outros. Enfim, a disposição de, em Cristo, ser canal para abençoar outros com o projeto do Reino de Deus. 

Como dito por Cristo, é Deus quem deve enviar os ceifeiros. Isto significa que esses obreiros deve ser gente compromissada com Ele; gente disposta a sofrer em favor da obra e não fazer a obra sofrer em favor deles; gente com sensibilidade espiritual suficiente para atender a ouvir a voz do Espírito Santo separando-o, na igreja de origem, para uma obra especial. É por esta razão que, apesar da quantidade necessária, as qualidades espirituais desses obreiros são imprescindíveis. 

3. Não Falseiam Manifestações Espirituais 

Mt. 24:24 – “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. 

1 Jo. 4:1 – “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. 

Zc. 10:2 – “Porque os ídolos têm falado vaidade, e os adivinhos têm visto mentira, e contam sonhos falsos; com vaidade consolam, por isso seguem o seu caminho como ovelhas; estão aflitos, porque não há pastor”. 

Algumas igrejas fazem de supostas manifestações espirituais, propaganda para atrair e prender os incautos em seus ardis. Utilizam técnicas de manipulação e indução para produzir efeitos no ambiente de culto, mesmo que estas manifestações estejam em discordância com os propósitos divinos estabelecidos na Bíblia. 

Não é difícil nos dias atuais a utilização de superstição, simpatias e indulgências por igrejas ditas evangélicas, na verdade enquadradas, principalmente, num novo segmento conhecido como neo-pentecostais. Chegam ao ponto de utilizarem pessoas oriundas de cultos-afro para, com suas “experiências”, atenderem a demanda de pessoas que se chegam à eles para recebem seus “milagres e libertações”. 

Jesus permanece o mesmo (Hb. 13:8), tendo poder para realizar qualquer tipo de milagre, seja cura, libertação e, principalmente, salvação. No entanto, desejando “levar vantagem em tudo”, alguns fraudam a fé das pessoas afirmando para elas terem recebido curas que Jesus não fez, libertação que não ocorreu e salvação, mesmo sem o abandono do pecado contumaz. Quando o milagre acontece, o doente pode e deve recorrer aos médicos, não como dúvida da cura recebida, mas, para mostrar ao mundo, comprovadamente, a graça alcançada. A verdade nua e crua é que muitos dos milagres patrocinados por falsos obreiros não passariam pelo crivo ou testemunho da medicina. 

Numa igreja que bem representa o Reino de Deus, as manifestações espirituais se enquadram nos propósitos estabelecidos na Bíblia, ou seja, não serão frutos de fraudes e manipulações. As manifestações serão autênticas e darão glórias e honras para Deus, tendo o objetivo primordial de conduzir os abençoados à salvação em Cristo Jesus. 

4. Socorre os Mais Necessitados 

Ef. 4:28 – “Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade”. 

Mc. 10:21 – “E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me”.

O apóstolo Tiago afirma que a “verdadeira religião é atender as viúvas e os órfãos nas suas necessidades, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg. 1:27). Entendemos, então, que a igreja onde flui a seiva do Reino de Deus é aquela que atende as necessidades de quem precisa, tanto espiritual como material (missão integral). 

Quando tratamos da vida espiritual, a igreja possui todos os instrumentos para atender a demanda dos fiéis, porém, no que diz respeito ao suporte material, é preciso ponderar nossas limitações. As demandas são enormes e as ofertas escassas. 

Porém, numa igreja que é a manifestação do Reino de Deus entre os homens, não se admite ricos, principalmente líderes ricos. Entenda. Pessoas que acumulam riquezas por avareza ou preocupados com o dia de amanhã, deixando de atender seu próximo que com ele se assenta no templo, muitas vezes cooperando com a “oferta da viúva” (Lc. 21:2,3), porém, em sofrimento pela ausência dos recursos necessários para sua subsistência e de sua família. Aliás, pela Bíblia (O bom samaritano), "meu próximo é aquele que faz alguma coisa por mim".

Por favor, retirem de entre esses "próximos", os preguiçosos, pois a recomendação da Bíblia é: “quem não quiser trabalhar, também não coma” (2 Ts. 3:10; Pv. 6:6-9), deixando bem claro que o Reino de Deus não acoberta desvios de conduta. 

Portanto, não diremos, e jamais recomendaremos, que as pessoas integrantes deste Reino, sob pretexto de cumprir a vontade de Deus, deixem de atender as necessidades de sua família para atender a de terceiros (I Tm. 5:8). Tendo cumprido com suas responsabilidades familiares, os súditos do Reino de Deus se voltam para as necessidades de pessoas como viúvas, órfãos e portadores de necessidades especiais. 

5. Prioriza Sua Missão: Salvar os Perdidos 

Mt. 18:12 – “Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou?” 

AT. 1:8 – “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. 

Conscientes de sua missão primordial, a igreja investe o máximo de recursos disponíveis na obra de salvar o perdido. Aliás, todas as suas atividades visam, única e exclusivamente, a salvação dos perdidos. Este é o fogo que queima suas entranhas. Esta é a água que jorra de corações comprometidos com o Reino de Deus. A igreja que bem representa o Reino de Deus entre os homens, enquanto houver uma pessoa não alcançada, viverá incomodada e avivada pelo Espírito Santo para alcançá-lo. 

Tendo bem claro a razão de sua existência e permanência no mundo, suas reuniões serão para aprimorar e desenvolver ações neste sentido, seus púlpitos serão utilizados para anunciar esta tão grande salvação (Hb. 2:3), suas orações serão pela liberdade dos cativos, seus recursos estarão disponíveis, em primeiro lugar, para atender este objetivo, e os seus membros serão reflexos de seus líderes enquanto instrumentos do Senhor na manifestação do Reino de Deus entre nós. 

  • CONCLUSÃO 

Como bem disse o comentarista da lição bíblica cujo tema tratamos aqui, “A Igreja não é representada pelos prédios ou quatro paredes, mas por pessoas simples (e) sinceras que compreenderam verdadeiramente a mensagem do Evangelho de Cristo”. 

Que nossos templos estejam cheios de gente com sincera conversão, sincera devoção e sincera humildade, conhecedoras de suas limitações, dependentes de Deus, obedientes as orientações do Espírito Santo e cumpridoras de suas obrigações como representantes do Reino de Deus aqui na terra. 

São entre pessoas como estas, reunidas em nome de Jesus e em vários lugares deste planeta, que o Senhor quer manifestar seu Reino. Um reino de paz, gozo e alegria (Rm 14:17). Um Reino onde Deus é o Senhor (cumpre a sua vontade genuína), Jesus, o Salvador (alcança os perdidos) e o Espírito Santo, seu Consolador (ampara na caminhada). 

Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt. 6:10). 

Que assim seja em cada igreja que se intitula: “De Cristo”. 

Fiquem bem... 
Fiquem com Deus.

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