SPC/SERASA - Prudência, o Melhor Remédio

(O Que Aconteceu Com a Assembléia de Deus na Bahia - Parte XIII)

No que diz respeito a negativação dos dados de uma pessoa em cadastro de restrição ao crédito, quero salientar que a inscrição se dá por força da ausência do cumprimento de uma obrigação pecuniária assumida. Pergunto: “Tudo que se vê, é o que aparenta?” Quando se trata de julgamento, a Bíblia chama a atenção para o cuidado que se deve ter, tendo em vista que, o que realmente deve se vê não é feito do que é aparente.

Neste quesito, há irmãos que tiveram ou têm seus nomes inscritos nestes cadastros porque usaram cartões de crédito ou outras formas de pagamento para adquirir alimentação e bens que seriam e foram utilizados na subsistência de suas respectivas famílias. No decorrer do tempo, em razão do surgimento de outras demandas emergenciais como doenças, cirurgias, novos filhos, perda de emprego, etc., se viram em dificuldades para quitar estas dívidas.

Paralelo a isto, especialmente as operadoras de cartão de crédito, cobram juros e multas em percentuais exorbitantes. Para se ter uma idéia, enquanto a norma legal determina juros de, no máximo, doze por cento (12%) ao ano, estas operadoras, na ilegalidade (diga-se de passagem), cobram mais de cem por cento (100%) no mesmo período, além disto, cobram juros sobre juros. Uma indecência.

Talvez alguém seja tentado a argumentar: “Eles não deveriam ter se utilizado destes cartões”. Este deve dizer isto quando tiver sua família em situação delicada, portando um cartão de crédito com um limite disponível que as próprias operadoras insistem para que use. Quando trato de questões financeiras em seminário de família, oriento os irmãos a não se valerem de cartões ou qualquer outra forma de crédito, no entanto, uma coisa é o ideal, outra coisa é o possível. Sei do que estou falando, pois, também, sou pai de família.

Há um outro dado que foge aos nossos olhos. Há cristãos que se sacrificaram financeiramente porque colocaram as mãos no próprio bolso para desenvolver atividades da igreja, e como a tesouraria da mesma não assumiu seus custos, terminaram por ter que se sacrificarem em seu lugar. Resultado. O dinheiro investido na atividade da igreja poderia ter sido utilizado para quitar dívidas. Não o fazendo, seus nomes foram negativados em cadastros de inadimplentes. Não achem que isto é impossível de acontecer. Conheço caso, no passado, de irmão que passou cheque para uma das campanhas da igreja, que redundou em esclarecimentos em delegacia de polícia.

Como condenar um irmão nessa situação? Não seria melhor ou mais cristão alguém estender as mãos para solucionar o problema? Não estou insinuando que devemos resolver estes problemas dessa forma de maneira indiscriminada, cada caso é um caso, e deve ser analisado levando em consideração suas especificidades. O que mais uma vez chamo a atenção, é que uma negativação em cadastro de inadimplentes envolve várias situações distintas da vida de uma pessoa. A generalização continua sendo perigosa e injusta.

Além dos dados apontados acima, incluo ainda a determinação legal brasileira imposta às empresas no momento de selecionar novos empregados, de não se valerem desses cadastros para “negar” acesso a estas vagas a quem tenha seus dados inclusos nos mesmos. “Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus...”

Ora, o que se vê nesta questão, tendo em vista a ilegalidade dos nossos templos, é que o clero, supostamente, usa de misericórdia com a pessoa jurídica e é implacavelmente impiedosa com as pessoas físicas. Não deveriam ser modelo de ação e funcionamento legal antes de exigir um modelo de perfeição dos seus membros e obreiros? Ou então, não deveriam tratar a todos da mesma forma que querem ser tratados? “O que quereis que os homens vos façam, fazei vós a eles”, disse Jesus.

Afinal de contas, quem deve ser exemplo primeiro de luz e sal? Imaginemos como ficaria a ousadia de Paulo dizendo, “sejam meus imitadores como eu sou de Cristo”. No nosso caso, como ficaríamos diante de tal afirmação? A verdade é que, pedem aos membros que sejam ordeiros e corretos no cumprimento das leis, todavia, enquanto organização, pode se dar ao “luxo” de viver na ilegalidade.

Este problema da legalidade do funcionamento dos templos é apenas um dos problemas crônicos da nossa denominação. Outra dificuldade que se vê, é com relação a centralização dos recursos financeiros, aliás, sabiamente, descentralizaram os problemas, repartindo-os entre os superintendentes, e mantiveram centralizada a solução, no que diz respeito aos recursos financeiros para amparo da igreja local e dos membros e congregados dali.

Em decorrência disso, mantêm a Assembléia de Deus, só em Salvador, mais de quatrocentos (400) templos vinculadas a uma administração central, que extrai dos seus respectivos superintendentes a liderança, autoridade e honra pastoral, e de seus membros e congregados, os recursos financeiros necessários ao desenvolvimento do grupo local.

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