É Preciso Recomeçar

(O Que Aconteceu Com a Assembleia de Deus na Bahia - Parte X)

Nossa igreja, neste particular, está muito pesada. Sua organização humana está consumindo todos os recursos financeiros que arrecada, não sobrando nada para suas atividades-fins. Pelo menos é esta a impressão que temos. Todo economista e brasileiro sabe que o segredo para uma vida financeira equilibrada é gastar menos do que se arrecada. O que nos parece é que o custo da organização está acima da sua capacidade financeira. Sendo assim, não há segredo, só existe uma solução: recomeçar.

Se a igreja não pode custear secretárias para os pastores, que eles recomecem a trabalhar desenvolvendo as atividades da secretaria; Se a igreja não pode custear motoristas para os pastores, que eles mesmos dirijam seus próprios carros, aliás, como muitos hoje fazem; Se a igreja não pode dar ajuda de custo para obreiros e pastores, que eles façam o trabalho por amor e ajudem conquistando com as próprias mãos o sustento para si; Se o salário ou prebenta (como queiram), não pode atender todas as demandas do pastor e sua família, que seja o possível, levando em consideração a condição da igreja.

Em uma assembléia geral, ouvir alguém dizer à platéia que o orçamento da igreja estava estabelecido em valores percentuais, ou seja, se a igreja arrecada “x”, 10% vai para isto, 20% para aquilo, etc. Claro que esta é a forma adequada de definição para aplicação da receita da igreja. O problema foi a explicação vinda posteriormente, de que isto se aplicava apenas para as atividades-fins da igreja como evangelismo, ação social, ensino, patrimônio, etc. Excluiu deste detalhe apenas os salários.

No que diz respeito aos empregados contratados para as atividades de apoio da igreja, está correto, haja vista que são protegidos por lei e não podem ser reduzidos. Todavia, isto não se aplica aos salários pagos aos pastores, isto porque eles não são empregados, são vocacionados por Deus para um trabalho voluntário. O caráter do pastorado é de missão espiritual, ou seja, pastor não é um empregado da igreja, e sim, alguém que atende, voluntariamente, um chamado ministerial de Deus, para o trabalho espiritual, cabendo a igreja ajudá-lo dentro de suas condições. Portanto a variável de mais ou menos pode, sim, ser aplicado às verbas de suporte às atividades pastorais.

Levando em consideração que as verbas de apoio às atividades pastorais são as que demandam maior impacto nos custos da igreja, elas devem estar incluídas no sacrifício exigido para restauração financeira da mesma. Aliás, acredito que nossos pastores estarão alegres em participar de um programa que vise a recuperação da nossa igreja, ainda que exija um corte na “própria carne”. A questão é muito simples: Se a igreja arrecada “x”, façamos uso deste recurso de forma que todas as atividades sejam atendidas.

Acreditem. Num primeiro momento, o aperto, principalmente para pastores, obreiros e suas respectivas famílias, será enorme, reconheço. Porém, no momento seguinte, preservando-se o princípio cristão do “é dando que se recebe”, colheremos os frutos de uma semeadura abundante e perene. Será que estamos dispostos a isto? Será que a Assembléia de Deus merece esse sacrifício? Jesus se sacrificou por ela a ponto de morrer numa cruz. Poderíamos, pelo menos, passar um pouco de necessidade agora, para, no futuro, vislumbrarmos uma igreja forte, coesa, rica, sadia e vibrante. Será que não vale a pena? Será que é pedir demais?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Porteiro, Auxiliar, Diácono, Presbítero, Evangelista, Pastor. E Mais. Missionária, Bispo, Apóstolo. O Que é Tudo Isso?

QUANDO É HORA DE MUDAR DE IGREJA

Não Basta Ser Crente. Tem Que Ser Diferente.