Técnicas Humanas em Substituição a Ação do Espírito Santo - Sintoma de Uma Igreja Doente
Alguns ambientes cristãos
transmitem a impressão de que a ação do Espírito Santo é só um discurso bonito
a ser feito, isto porque causa impacto nas pessoas. No entanto, não passa
disto. Antes mesmo da reunião começar, muitos manifestam o que realmente
desejam. Uns dizem que gostam do movimento e, por isto, se tem movimento
(pessoas se balançando, grunhindo, marchando, contorcendo, etc.) acreditam ser
o Espírito Santo, ainda que depois do movimento permaneçam sem entendimento e
sem força para transformação; ainda que o pregador ou cantor não tenha vida
suficientemente santificada para justificar tal ação; ainda que o movimento
tenha sido conseqüência de técnicas de retóricas aplicadas pelo palestrante;
ainda que o culto afete o sossego e a tranqüilidade da vizinhança da
congregação; ainda que o movimento insista em persistir além do horário de
término do culto; ainda... ainda... ainda...
Vale salientar a diferença
entre ação do Espírito Santo e nossas reações. Elas não podem se confundir, sob
pena de tornar nosso ambiente espiritual uma tragédia cristã contemporânea.
Imagine um choque elétrico. A ação da energia elétrica percorrendo nosso corpo
será a mesma em todos, porém, a reação ao choque, será diferente de pessoa para
pessoa. Alguns gritarão, outros se contorcerão, ainda outros não manifestarão
qualquer ação externa, etc.
Numa igreja doente, as
pessoas enfatizarão as reações, confundindo-as com a ação do Espírito Santo. É
por este motivo que muitos procuram identificar quem está sendo tocado pelo
Senhor ou não. Se um cristão gosta de marchar, ele tenderá a achar que todos
que marcharem como ele está sendo tocado por Deus, chegando, inclusive, a
entender que o fato da “marcha” quer dizer que Deus o está “usando”. Nada mais
equivocado.
Percebamos que estas
pessoas podem ter sido tocadas pelo Senhor através da pregação da “genuína
Palavra de Deus”. O problema, neste caso, são as reações descomedidas que tumultuam
o culto prejudicando a verdadeira adoração e os propósitos de um culto racional
cristão. Um pastor sensível, educado e aconselhador, resolverá este problema
através de uma conversa amorosa com sua ovelha.
Os casos, porém, que
causam maior estrago, são aqueles frutos de puro emocionalismo, conseqüência de
pregações esotéricas e músicas hipnóticas e de autoajuda, invariavelmente com
ritmos fortes e letras que não dizem “coisa com coisa”. Identifica-se uma
igreja doente quando o culto cheio desses ingredientes termina e ninguém é desafiado
a mudar de conduta, os corpos estão suados e as mentes inteiramente vazias de
Deus e de sua maravilhosa salvação em Jesus Cristo.
A ação do Espírito Santo não se confunde com a ação humana. A manipulação e a indução tem como vítimas pessoas que, insconscientemente, reagem exatamente da forma como o seu líder deseja. É exatamente o ser "imagem e semelhança" de quem te lidera. Se sua credibilidade está inteirmente voltada para o homem, sua obediência lhe acompanhará.
Daí nosso desafio como cristãos. Se somos de Cristo, nossa crença está posta n'Ele. Sendo assim, toda ação que estiver em acordo com sua vontade expressa em Sua Palavra, será conduzida pelo Espírito Santo.
Num culto, a adoração é destinada à Deus, porque o Espírito Santo expressamente assim o diz (Jo. 4:23,24); a pregação é centrada em Cristo (Jo. 4:42; At. 10:36; Rm. 10:17; Rm. 15:26); os "glórias e aleluias" é para Ele; o "amém" é em concordância com Sua vontade.
Num culto assim, Deus não é servo, é Senhor. Ele não é convocado para estar em nossos templos apenas para cumprir com "nossa vontade" e sim, para receber "nossa adoração" e realizar, ou não, seus milagres (como é difícil lidar com o "não" de Deus (Jo.6)).
Com certeza o Espírito Santo busca um ambiente em que Ele possa apenas Ser quem É: Aquele que cura, liberta e transforma a vida de todos que o escutarem para, sim, fazer nestas novas vidas recém-nascidas, a Sua bendita vontade.
Comentários
Para mim, uma das formais mais claras do agir do Espírito Santo em um crente é ele viver e tomar decisões como base no que diz a palavra de Deus:
"Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Filipenses 2:"