Quem Disse Que o Cristianismo Precisa da Rede Globo?

A recente inclinação da Rede Globo de Televisão na direção do público evangélico tem rendido grandes debates. Levando em consideração se tratar da maior empresa de mídia do país e da América Latina, que até pouco tempo tinha suas portas hermeticamente fechadas para os evangélicos, é realmente algo até certo ponto surpreendente.

Alguns acreditam que esta oportunidade é uma porta ímpar aberta por Deus para pregação do evangelho. Sim, em parte têm razão. Outros percebem que, apesar do potencial e da abertura, os cantores evangélicos não estão sabendo aproveitar para anunciar o evangelho de Cristo.  Sim, em parte têm razão.

A verdade é que alguns costumam misturar as coisas. Deus abre uma porta evangelística para que o seu Reino seja anunciado de forma íntegra. A Rede Record foi uma porta aberta por Deus, porém, se perdeu quando precisou decidir entre pregar o “verdadeiro evangelho” ou oferecer o que o povo gosta, inclusive, o povo “evangélico-feiticeiro”. Obviamente que, no Reino de Deus não há meia-conversa, não há como conciliar serviço a dois deuses. Para Cristo, ou ama um e aborrece o outro, ou vice-versa.

Servir a Deus, ser seu porta-voz não permite fazer concessões, pois, o evangelho de Cristo é ímpar, não combina com a suposta existência de outro caminho. A religião cristã pode e deve conviver com outras religiões, pode e deve conviver na “diversidade”, todavia, não suporta qualquer fusão entre suas crenças e as crenças de outras religiões, principalmente, no que diz respeito àquelas coisas que a Bíblia define e reprova como pecado, e da negação de doutrinas fundamentais da fé cristã.

Sentimos que esta abertura é, sim, uma oportunidade concedida por Deus para propagação mais rápida do seu evangelho entre os brasileiros. Porém, nota-se que os cantores evangélicos expoentes não estão à altura do desafio. Muitos deles, pelo que se vê (Mt. 7:16-20), inclusive, precisam ainda amadurecer ou, numa palavra mais cristã, santificarem-se mais. Muitos deles, recém-convertidos, ainda não passaram por um período adequado de fortalecimento e crescimento espiritual.

A salvação é instantânea (Rm. 10:13), a santificação é progressiva (Ef. 4:22-32). Mas, o que se vê é que, além de recém-convertidos, alguns deles (e delas) recebem o título de Pastor, fruto da precipitação de alguns ministérios ávidos por serem reconhecidos como “o pai da criança”. Terminam prejudicando “a criança” e maculando a imagem do “pai”.

Que fique claro. A Bíblia, a Palavra de Deus, não é criação dos evangélicos. Ainda que quisessem, eles, os cristãos, não podem convocar um concílio ou uma “constituinte evangélica” para fazer uma atualização ou adaptação de seus conceitos, de suas normas e do seu conjunto de doutrinas. A Palavra de Deus é o que é independentemente de gostarmos dela ou não.

Diante disto, a Rede Globo, a Rede Record, a Band ou qualquer outra emissora que quiser abrir suas portas, que o façam. Farão bem. Todavia, cabe aos evangélicos, os verdadeiros, os compromissados com Deus e sua Palavra, utilizarem o espaço para protestar contra tudo aquilo que a Bíblia protesta, convidando os pecadores ao arrependimento; oferecerem as bênçãos que a Bíblia oferece, principalmente a salvação; anunciarem o ano aceitável do Senhor e, por fim,  alertarem sobre a volta eminente de Jesus Cristo (Is. 61; Jo. 14; ap. 3:11).

Terão coragem? Continuaremos com as portas dessas emissoras abertas? Só o tempo dirá. No entanto, para a igreja do Senhor Jesus pouco importa, pois não dependemos deles, muito menos, Deus - “Se estes calarem, as próprias pedras clamarão” (Lc. 19:40).

O evangelho tem avançado no Brasil, mesmo com a Rede Globo batendo pesado nos evangélicos através de programas e novelas que ridicularizam o povo cristão e a Bíblia. Não vai ser agora que, para um maior alcance na pregação do Evangelho, dependeremos da abertura de espaço na Globo.

“Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus” (Salmos 20:7).


“Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento” (1 Co. 3:7).

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