Eu Desistir do Cristianismo

Eu desistir do cristianismo que está aí; esse que os homens se esmeram no “faça o que eu falo e não o que eu faço” e decepcionam no dever moral cristão de viver o “que Cristo disse”;

Desistir desse cristianismo-fhotoshop, que forma uma nova máscara e mantém o coração intacto; esse que nos permite durante a semana ser os maus de sempre, mas, no sábado ou domingo, nos transforma em hipócritas fariseus;

Desistir desse cristianismo que tem medo da luz; esse que prefere o sigilo invés da transparência, pois tem vergonha do que a luz pode revelar;

Desistir desse cristianismo que isola o povo num recinto; esse do deus-templo, que esquece do tempo em que vive e se deixa levar pelos ventos do “acho que é assim”;

Desistir desse cristianismo que forma celebridades; esse que têm seus pastores-medalhões, cantores-medalhões e mestres-medalhões que causam maior “frissom” quando adentram o santo lugar;

Desistir desse cristianismo que necessita da viagem sonora para mergulhar nas águas turbulentas da hipnose coletiva; e diz que é espiritual...

Desistir desse cristianismo vaidoso que diviniza o bigode e demoniza a barba sem saber por quê;

Desistir desse cristianismo que não reparte; esse que acumula bens ao mesmo tempo em que ignora o outro que está ali adiante, ao lado, atrás, sentado bem na frente, passando fome e sentindo dores terríveis;

Desistir desse cristianismo que combate o mau e com o mesmo mau se acha praticando o bem;

Desistir desse cristianismo que não pensa, não reflete; esse que, como os reality-shows, emburrece o povo e o manipula ao bel-prazer do monarca da vez;

Desistir desse cristianismo que não acredita mais na volta de Jesus; esse que abandonou os valores e ideais cristãos, pois não os pode receber em moeda corrente;

Desistir desse cristianismo que deixou Cristo do lado de fora de suas organizações e confunde volume de som com a voz do Espírito Santo;

Desistir desse cristianismo que faz tanta propaganda dos milagres de Deus que não permite mais que Deus faça um milagre;

Desistir desse cristianismo sem Cristo; esse do faz-de-conta. Faz-de-conta que Ele está aqui, faz-de-conta que sentiu Ele ai, faz-de-conta que Ele te deu uma bênção, faz-de-conta que está tudo bem.

Desistir desse cristianismo brincalhão.

E eu sei que “jogar aberto” com essa turma, os cristãos modernos, é se tornar o pior dos pecadores. Mas, tudo bem. Eu assumo: sou um terrível pecador. E é exatamente por isto que nasce em mim uma forte esperança de estar incluso no grupo dos que entram “diante de vós no Reino dos Céus”.

“Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi. E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus” (Jesus em Mateus 21:28-31).

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