Evangelização - Você se Importa Com o Mundo?
Quando tratamos de
evangelização estamos lidando com o interesse ou preocupação que temos, ou não,
sobre o destino eterno da humanidade. A pergunta que precisamos fazer, quando
tratamos sobre evangelização, é “o quanto me importo com o meu semelhante?”.
Importar - É trazer aquilo que está longe para perto. No que diz
respeito a realidade espiritual humana, é trazer para o íntimo de nosso ser a
preocupação sobre aonde meu próximo passará a eternidade. Isto, antes de ser
prova do nosso compromisso com a missão concedida à igreja pelo Senhor Jesus, é
prova do amor que temos pelos outros.
Certa vez um aluno
me perguntou: “O que o senhor me diz, do ponto de vista da salvação, sobre
Hitler e irmã Dulce?”. Minha resposta foi:
- Analisando à luz da razão humana, irmã Dulce, por ter praticado boas olhas, está no céu, enquanto Hitler, também por suas obras, desta feita, más obras, está no inferno ou no hades.
- Analisando à luz das Sagradas Escrituras, temos por prudência não julgá-los. Salvação é fruto de uma decisão íntima que somente Deus pode atestar. Independe de obras [As obras podem ser um indicador, não, definidor]. A salvação depende de fé.
- Aqui cabe uma última questão. Independente das obras de cada um, e considerando que somente Deus pode julgá-los, a nós, enquanto cristãos, só nos cabe torcer para que, quando chegarmos no céu, encontremos irmã Dulce e Hitler.
Evangelização tem a
ver com duas perspectivas religiosas importantes: Nossa firme crença na verdade
e nosso amor pelo semelhante. Lidamos aqui com o termômetro que indica o quanto
cremos nas revelações sobre eternidade dispostas na Bíblia e o quanto nos empenhamos
em livrar nosso semelhante do terrível destino eterno longe de Deus.
Realmente cremos?
1. Que a alma de todos é eterna?
2. Que na eternidade,
ou viveremos com Deus (céu) ou longe d’Ele (trevas exteriores)?
3. Que a definição do
nosso destino depende da decisão que cada toma enquanto vivo?
4. Que esta decisão é
entre aceitar ou não o sacrifício de Jesus no calvário e todas as suas
implicações:
a. Consciência do
pecado;
b. Arrependimento;
c. Aceitação de Cristo
como “o Salvador”;
d. Confissão;
e. E submissão
voluntária ao senhorio de Cristo.
5. Que o céu é uma
realidade prazerosa prometida por Deus e que temos como verdade absoluta sua existência,
mesmo antes de desfrutá-la?
6. Que o inferno é uma
realidade tenebrosa que aguarda aqueles que serão mantidos distantes de Deus,
num lugar onde o nível de desespero é medido por “prantos e ranger de dentes?”
Realmente amamos?
1. Reconhecendo que o benefício alcançado por nós (salvação) é extensivo à toda humanidade?
2. Deixando-nos
inundar a alma desse amor que nos constrange em favor de nosso semelhante?
3. Permitindo que
nosso ser se entregue a missão de anunciar aos outros que há esperança, que
nada está perdido e que há salvação para eles?
4. Deixando a retórica
de lado e nos lançando na difícil arte de buscar o perdido?
O ser humano, egoísta do jeito que é, só consegue perceber as dores e os riscos quando elas ocorrem consigo mesmo. Temos dificuldade no exercício da misericórdia. Pelo contrário, entregamo-nos a insensibilidade e nos isolamos, não levando em conta o grande desastre que é partir para eternidade sem Deus, sem paz e sem salvação.
No entanto, como uma espécie de alerta divino, estamos mais inclinados a nos sensibilizarmos quando o outro é nosso pai, mãe, irmãos e, talvez, amigos. É aí que tomamos consciência da urgência em divulgar a mensagem do evangelho e fazê-los (muitas vezes com pressão exagerada) ouvir, entender e aceitar a Cristo como salvador pessoal.
O amor de Deus é indiscriminado. Aliás, “Ele prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8). Antes de conhecê-lo, reconhecê-lo e aceitá-lo, Ele se lançou na tarefa de vir ao mundo evangelizar os povos e pagar o preço para que todos pudessem ser salvos.
Então, o que fazer? Evangelização.
Antes de ser uma missão, a evangelização deve ser uma paixão de todo o cristão que compreende o dano do pecado, a justiça de Deus e o juízo vindouro, tendo como destino seguinte, a eternidade com Deus ou longe d’Ele.
Nossos maiores problemas são:
Ø Nossa incredulidade – Não cremos como deveríamos (realidade eterna, situação do mundo atual e a escassez de tempo);
Ø Nossa
insensibilidade – Não nos importamos como deveríamos (tanto faz se creem ou
não);
Ø Nossos valores
invertidos - Acreditamos na vida eterna,
mas, vivemos como se a vida terrena fosse de maior valor (teologia da
prosperidade material em detrimento do caráter cristão);
O fato de compreendermos e elegermos os valores eternos como mais importantes não significa viver uma vida terrena irresponsável e inconsequente. Devemos, sim, cuidar das nossas tarefas cotidianas, cumprindo assim, com nossas responsabilidades diante da nossa família e sociedade.
No entanto, considerando...
Ø A realidade eterna de céu ou inferno, independente das pessoas crerem ou não;
Ø O momento mau que a
humanidade está mergulhada no presente século, com a miséria indiscriminada e
insensível aos olhos dos poderosos;
Ø A deterioração da
moral e dos bons costumes provocada pelo capitalismo selvagem que não respeita
o ser humano em sua busca por mais e mais riquezas;
Ø A depreciação da
vida humana visível na degradação provocada pelas drogas (lícitas e ilícitas) e pelo egoísmo que mata crianças (aborto) a fim de preservar sua vaidade
corporal e proteger sua irresponsabilidade moral.
Além de tantos outros considerandos, lembremos todos que estes eventos apontam para as características dos homens habitantes da terra no fim dos tempos (2 Tm. 3:1-9). É urgente, portanto, que a igreja assuma o seu papel de atalaia do Senhor, de denunciadora daquilo que desagrada a Deus, fora e dentro dos templos cristãos, de propagandistas do plano de salvação em Cristo, e responsável pela disseminação da misericórdia, perdão e amor de Deus por sua criação.
Você se importa com você? (Marcos 8:36)
Você se importa com seu pai, mãe e irmãos? (Atos 16:31,32)
Você se importa com seus amigos? (João 15:13)
Você se importa com o mundo? (1 João 2:2)
“Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Is. 52:7).
O tempo está escasso, a partida é iminente, a eternidade é coisa séria e precisamos alertar as pessoas.
Vamos. Vamos anunciar: Jesus te ama e tem um lugar reservado para você em sua morada eterna (Jo. 14:2,3).
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