Homossexuais Masculinos São o Principal Grupo Afetado Com a Aids

HIV ainda desafia saúde pública


Trinta anos se passaram desde que uma equipe de pesquisadores franceses liderados por Luc Montagnier publicou um artigo identificando o vírus responsável pela recém-descoberta síndrome da imunodeficiência adquirida.
(...)
Uma velha tendência, por exemplo, que se julgava minimizada entre o fim da década de 1900 até o início dos anos 2000, está preocupando novamente. "A cara da epidemia mudou, as pessoas não morrem mais, mas a principal população a ser afetada voltou a ser a de homens que fazem sexo com homens", diz o infectologista Alexandre Naime Barbosa, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu.

(Uma velha tendência? O mais provável é que sempre foi assim.)

Não é mais uma questão de se falar em grupo de risco - como ocorreu no começo da epidemia e criou estigmas até hoje dolorosos -, mas entender quem está mais vulnerável, explica. Segundo Barbosa, após o início brutal da epidemia entre a população homossexual - em São Francisco, Estados Unidos, por exemplo, eles eram 80% dos infectados, o que fez a doença ser chamada de câncer gay -, a incidência entre os heterossexuais se ampliou e chegou a ser maioria dos casos. Em meados dos anos 2000, porém, o quadro sofreu uma reversão.

(A AIDS é uma doença que surgiu entre os homossexuais de San Francisco (EUA) e permanece como doença que afeta principalmente homossexuais. A incidência desta doença entre heterossexuais se deu pela relação promíscua de héteros casados com parceiros homossexuais - Querer tapar o sol com a peneira é que causa mais dificuldades para entender a doença e combatê-la adequadamente.)

Citando dados do Ministério da Saúde, Barbosa lembra que em 2005, entre homens de 15 a 24 anos infectados, 32% tinham sido contaminados em relações heterossexuais e 23,4% em homossexuais. Em 2009, as relações heteros e homos respondiam, cada uma, por 24,3% dos casos. Já em 2010, eram, respectivamente, 21,5% e 26,9%. Nos dados mais recentes do Ministério da Saúde, de 2012, homens que fazem sexo com homens aparecem como de maior vulnerabilidade: 10,5% estão infectados. Na população em geral, a incidência é de menos de 0,5%.

(Observem as datas. A AIDS aparece em San Francisco (EUA), antes dos anos 2000. Os dados mais antigos do ministério da saúde, falando da incidência maior entre héteros são de 2005.)

Para Barbosa, como se avançou muito no controle da doença nos últimos anos, a ponto de que uma pessoa que tome rigorosamente sua medicação tenha uma expectativa de vida semelhante a de quem não tem HIV, houve uma certa redução da percepção do risco, deixando principalmente os jovens menos cautelosos.

Fora da agenda. Outro efeito colateral desse avanço no tratamento, opina o infectologista Ricardo Diaz, pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é o risco de que a aids saia da agenda. "Mas não deveria, porque o problema ainda existe. A taxa de novos casos se mantém constante", afirma. No Brasil, na última década, a incidência tem sido, em média, de 37 mil casos por ano.

Para Diaz, é preciso focar também nas mulheres. "A distribuição da doença entre os gêneros está quase igual", diz. Se no início da epidemia chegou a ser de 28 homens para cada mulher, hoje, a cada 1,5 homem infectado, uma mulher também está. Outra recomendação é o teste universal. "Quanto mais gente for testada, mais gente será colocada em tratamento. Só assim a transmissão vai diminuir."

Fonte: http://estadao.br.msn.com/ciencia/story-saude.aspx?cp-documentid=257906450

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