Jesus, o Modelo Ideal de Humildade


“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fil. 2:5-11).

O Senhor Jesus escolheu, dentre muitos, doze homens para participarem de seu curso intensivo. O objetivo era prepará-los como herdeiros da missão de propagar as boas novas que indicam aos demais homens o caminho a ser trilhado para salvação.

Neste curso intensivo, Jesus jamais perdeu oportunidade de mostrar-lhes o significado da mensagem que seriam detentores, e qual deveria ser o “espírito” de quem participa desta empreitada. Várias vezes (Jo. 13:14; Jo. 19:11; Mt. 28:18; Lc. 19:5; Lc. 22:42) Jesus demonstrou-lhes a capacidade essencial que todos os seus discípulos deveriam possuir, sob pena de tornarem-se inaptos para o labor no Reino de Deus: a humildade.

*       A HUMILDADE

A fim de compreendermos os vários aspectos que envolvem a humildade e encontrar o significado de “ser humilde”, reproduzimos alguns textos bíblicos que nos ajudarão nesta jornada.

   1.     A humildade como “consciência de possuir qualidade inferior em relação a outro”.

Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados, para serem semelhantes ao seu corpo glorioso” (Fp. 3:21).

Se de fato vocês se exaltam acima de mim e usam contra mim a minha humilhação” (Jó 19:5).

Não temos a pretensão de nos igualar ou de nos comparar com alguns que se recomendam a si mesmos. Quando eles se medem e se comparam consigo mesmos, agem sem entendimento” (2 Co. 10:12).

Conscientes de seus limites, uma pessoa humilde não se vê com a mesma capacidade que o outro. Não estamos nos referinho a baixa estima perniciosa que imobiliza e reduz o ser a alguém incapaz de realizar coisa alguma. Referimos-nos a saber fazer, mas, considerar que o outro tem a mesma capacidade de realizar do mesmo jeito ou melhor. E é isto que, a nosso ver, a Palavra de Deus nos conclama quando diz: “...cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Fp. 2:3b).

   2.     A humildade como “vontade de servir pelo prazer de servir”.

Servindo ao Senhor com toda a humildade, e com muitas lágrimas e tentações, que pelas ciladas dos judeus me sobrevieram” (At. 20:19);

Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade...” (Fp. 2:3a).

Invariavelmente o que ouvimos são as costumeiras justificativas de que o outro não precisa ser ajudado, de que servir ao próximo é para os “bobos”, para os beatos ou beatas da vida. As exceções de praxe. Para o servo de Deus, sua chamada implica em desenvolver o sentimento de servir ao outro, independente de suas potencialidades e do que ele pode lhe oferecer em troca. É ser movido pela alegria, pela paz e pelo prazer que apenas os que servem podem experimentar. Óbvio que não se trata de ser explorado por preguiçosos ou homens enganosos que só pensam em tirar dos seus irmãos aquilo que lhes dê alguma vantagem. Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão” (Cl. 2:18).

   3.     A humildade como “resultado de situações que causa algum constrangimento”.

Sofrerá ferimentos e vergonha, e a sua humilhação jamais se apagará” (Pv. 6:33).

Sofro humilhação o tempo todo, e o meu rosto está coberto de vergonha” (Sl. 44:15).

Em alguns casos, a humilhação se reporta a situações que causam dor, incômodo ou constrangimento as pessoas. Doenças, limitações físicas, necessidades financeiras, condições insalubres de moradia, profissões menos valorizadas, desonras, repreensões, etc., Alguns, até, passam determinadas situações vexatórias exatamente para minimizarem seu orgulho e reconhecerem suas limitações e impotência (Nabucodonosor - Dn. 4:33).

   4.     A humildade como “relação de dependência a alguém”.

Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do Senhor” (Sf. 3:12).

Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido” (1 Pe. 5:6; Tg. 4:10).

Quando se trata da relação com o Senhor, o que se espera é uma relação de dependência, pois, não havendo segurança nem conhecimento humano sobre o dia de amanhã, a melhor alternativa é viver dependendo da vontade de Deus. A humildade nos leva ao reconhecimento de um poder superior sobre todas as coisas e a identificação do depender d’Ele como a melhor alternativa para se viver (Tg. 4:13-15). “Não vos preocupeis com o dia de amanhã. Basta a cada dia o seu mal” (Mt. 6:34). “O orgulhoso se presume capaz de suportar qualquer coisa, ignora o outro, e sofre por não escolher o melhor caminho, seguindo por qualquer caminho. O humilde reconhece que não pode tudo, ouve conselhos e vence por saber escolher a melhor alternativa”.

   5.     A humildade como “obediência voluntária”.

Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (1 Pe. 5:5).

Porque a minha mão fez todas estas coisas, e assim todas elas foram feitas, diz o Senhor; mas para esse olharei, para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra” (Is. 66:2).

Submissão é a palavra que melhor expressa humildade. Apesar do ego humano; apesar de cargos ou funções de liderança que, muitas vezes, se ocupa; apesar dos elogios que engabela o incauto pela vaidade; apesar dos recursos financeiros que, outras tantas vezes, dá a sensação de poder, o ser humano para se tornar um bom ser humano, precisa submeter-se ao que é certo, ao que é direito, ao que é justo. Precisa, antes de tudo, submeter-se ao Senhor.

No Reino de Deus, a submissão é o ato que diferencia um servo daquele que se serve. O que serve se submete, tornando-se um exemplo de fé, de serviço e de comunhão com Deus. São esses tais que não resistem ao chamado divino e se tornam intrumentos nas mãos do Senhor para manifestação e expansão do seu Reino na terra. Isto só é possível através de uma “obediência voluntária”. “A submissão é a manifestação máxima da humildade.

*       JESUS E SEU EXEMPLO

Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta” (Zc. 9:9; Jo. 12:12-15).

Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros” (Jo. 13:14).

E retirou-se outra vez para orar: "Meu Pai, se não for possível afastar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade" (Mt. 26:42).

Cristo, embora sendo Deus, não se apegou a forma de Deus, antes, se humilhou assumindo a forma de homem para, através de seu exemplo, transformar a raça humana. A recomendação bíblica é “sermos iguais a Cristo”. É um esforço enorme, mas, como Cristo, havendo vontade, submissão, determinação e ousadia, é possível o servo de Deus alcançar uma existência de humilde serviço. Aliás, no transcurso da história humana, não foram os orgulhosos, vaidosos e prepotentes que mudaram o mundo, foram os humildes. Homens e mulheres que, apesar de suas impossibilidades, permitiram uma fagulha de Deus em seus corações, que os levaram a tornarem-se protagonistas na transformação de males em bem para a raça humana.

CONCLUINDO

Humilde é ser submisso, manso, imperfeito e impotente, é assumir o “não-ser” para “ser” agente de transformação nas mãos de Deus. Reduzindo à uma expressão mínima o significado de humildade, ela é uma "SUBMISSÃO VOLUNTÁRIA”, pois, engloba todos os aspectos indicados pela Palavra de Deus como inerentes a uma pessoa humilde.

Em Cristo aprendemos que “humildade é a capacidade que alguém tem de, mesmo sendo superior, se equivaler ao inferior e ainda serví-lo”.

Portanto,

Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (1 Jo. 2:6).

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