A Presunção Dos Que Falam em Nome da Sociedade Sem dar Ouvidos ao que Ela Diz
O aumento de menores
envolvidos em crimes violentos (só o pessoal que criou o ECA não percebeu isso)
trouxe de volta a discussão sobre a redução da maioridade penal. Hoje, se um
menor cometer um crime antes de completar 18 anos, ele será “retido” por, no
máximo, três anos (chamam de “sofrer medida sócio-educativa”).
A pressão da sociedade
é para reduzir a idade em que o menor poderá responder pelos crimes praticados, como qualquer outro cidadão de maior idade.
Outra vez mais nos
deparamos com manifestações de alguns jornalistas que, a despeito do que acha a
sociedade, dizem e pressionam contra a redução. Na GloboNews quatro jornalistas
que participavam de um de seus programas ditos jornalísticos, todos, teceram
comentários contrários a redução. Zapeei para o SBTBrasil e encontrei mais
coerência nesta questão.
Após reportagem em
que o secretário da Presidência da República, Sr. Gilberto Carvalho (ele de
novo), se pronunciou em nome do governo dizendo que este era radicalmente contra
a redução, a jornalista Rachel Sheherazade expôs um editorial adequado a
reportagem e ao contexto que envolve o tema. Entre outras coisas, disse: “(Sr.
Gilberto Carvalho) deixe que a sociedade
decida sobre o que fazer com seus criminosos”. Direto ao ponto.
É no mínimo estranho, pois, nos acostumamos tanto a ouvir que "todo mundo é assim, pensa assim, faz assim", que quando nos vemos sendo, pensando e agindo diferente do que dizem, nos sentimos seres de outro planeta. Na verdade, esse pessoal que se acostumou falar em nome da sociedade a revelia da própria sociedade, o que está dizendo é: “A sociedade sou eu!”
Logicamente que a
redução da maioridade penal não reduzirá o envolvimento de menores em crimes,
mas, junto com outras medidas que devem acompanhar tal alteração, é um peso a
mais sobre aqueles que teimam em praticar a violência no tecido social.
O que resolve o problema
da violência é o investimento pesado no sistema de segurança, na geração de
emprego, na valorização da família e na educação. E porque não fazem? Porque
preferem torrar nossos recursos no circo do futebol e das olimpíadas invés de
cumprir com suas obrigações de cuidar da população brasileira. No circo do
futebol e das olimpíadas só quem ganha é a FIFA, o COI, os Patrocinadores e os
Políticos. Nas obrigações da República quem ganha é o povo. Eles se elegeram
para ganhar em detrimento do povo. O “povo”, para eles, “é apenas um detalhe”.
A arrogância e a prepotência
dos que se acham donos da nação, sejam jornalistas ou funcionários públicos,
não tem limites. Jornalistas devem respeitar a informação exposta e interromper
a tentativa de fazer da sociedade brasileira sua imagem e semelhança. Os
governantes devem apenas cumprir com seus respectivos papeis dentro da
estrutura governamental, e como empregados da nação lhes devem obediência
irrestrita.
As discussões sobre
os temas que interessam a sociedade brasileira devem continuar acontecendo no
Congresso Nacional, lugar onde, mesmo a duras penas, os diversos segmentos
sociais estão representados. Cabe aos presunçosos jornalistas e governantes
voltarem para seu devido lugar.
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