O Relativismo Moral Não Pode Envergonhar Gente Honrada


Era 17 de dezembro de 1914, o jurista Ruy Barbosa, indignado com a impunidade no Brasil, nos presenteou com esta pérola: De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

Utilizo-me do trecho do discurso deste grande baiano para destacar o desânimo que se avizinha do coração de alguns virtuosos, honrados e honestos cidadãos, nesse tempo de mudanças caracterizado como pós-modernidade.

Esse é um tempo marcado pela valorização de nulidades, estímulo a desonras, resignação com injustiças e livre trânsito de homens maus (chamam isto de avanço). É um tempo que se proclama e nos conclama a embarcarmos na corrente da falta de parâmetro, de referência, de exemplos, na ausência absoluta do ideal.

Com efeito, um mundo sem esperança. As pessoas são lançadas num mar de incertezas e loucuras onde o sossego só é encontrado quando se utiliza psicotrópicos (Aumentou o consumo de remédio para dormir). Os seres humanos tentam encontrar nas salas dos psicanalistas e psicólogos o estímulo para prosseguir vivendo ou para viver melhor, quando não conseguem ou se cansam, a alternativa mais comum é se enveredar pelo caminho de drogas lícitas e ilícitas como o álcool e o crack.

Paralelo a isso, o relativismo conceitual da pós-modernidade tenta jogar em seus opositores a sensação de que são ultrapassados. Faz com que se sintam fora do jogo e que suas opiniões são inúteis para melhoria da sociedade. Espalham a argumentação fajuta de que as crenças da pós-modernidade é o que há de melhor em termos de vida e existência.

Acreditam: “não há verdade absoluta” (cada um tem a sua); “os limites morais é fruto de falsos moralistas recalcados e frustrados”; “tudo é arte e nada se pode fazer para melhorá-la”; “o que importa é a estética e não a ética”; “tudo é possível, mesmo aquelas coisas contrárias à própria natureza”. Essa é a forma pós-moderna de ampliar o vazio e tornar os seres humanos esquizofrênicos.

Mas, aqueles que divergem da imposição desses novos conceitos não desistem e, reiteradamente, lembram às pessoas a existência de verdades absolutas que nos remete a caminhos mais seguros, lembram das virtudes que concedem a nossa vida social um ambiente melhor para compartilhar. Ao contrário do que nos dá a entender o relativismo da pós-modernidade, há sentido para a vida, ainda há esperança e ainda podemos ser felizes de cara limpas.

Os que não abraçam o barato desse relativismo e acreditam em ordem, em benignidade, em recato, em virtude e em princípios morais elevados, são tentados a, como um avestruz, buscarem um buraco e enfiarem suas cabeças como se agentes fossem do erro, do mau, da iniquidade. São tentados a se envergonharem da defesa da virtude, da honra, do respeito e da honestidade.

Vergonha devem ter os maus, os sem-vergonha, os imorais, os irresponsáveis, os marginais, os chantagistas, os corruptos, os prevaricadores, os malandros, os falsos pastores, os maus governantes e os maus cidadãos. Vergonha devem ter aqueles que, desistindo da essência virtuosa, se rendem a preguiça mental, mergulham num mundo de nulidades e agem como vendedores de ilusão.

Não! Os homens e mulheres honrados não podem se calar. Nas igrejas, nos partidos, nos lares, nas empresas, nas escolas, nos governos, nas ruas, aonde quer que se vejam os efeitos nocivos desse relativismo, os que se esforçam em viver um padrão moral elevado, precisam atuar e não se omitir ou esconder, pois, somente para eles está reservada a altivez da honra, o sorriso da virtude, a coragem da justiça e a tranquilidade de uma vida honesta.

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