E os Jovens? O que Aconteceu com Eles?

(O Que Aconteceu Com a Assembléia de Deus na Bahia - Parte III)

Lembro-me do tempo em que cada congregação possuía um grupo de jovens animados, consagrados e empenhados em prosseguir a missão. Gente temente, respeitoso, reverente, assíduo, resignado e, alegre. Mas era um tempo em que, anualmente, nos reuníamos num grande congresso de jovens, com participação de sinceros cantores, bons pregadores e mestres. Isto fazia com que nos integrássemos ainda mais uns aos outros e desfrutássemos do objetivo comum: servir a Deus, adorar a Deus, ser renovados por Deus.

Nesta conjuntura, tínhamos o Coral de Jovens – o GCM – que para uma participação efetiva, precisava de inúmeras reuniões, centenas de ensaios e centenas de vozes. Era um congresso a mais. Integrado por jovens de todas as congregações assembleianas da época, reuníamo-nos para orar e treinar, e, paralelamente, o Espírito Santo fazia-nos crescer na comunhão e na alegria. Mas, o que aconteceu? Porque parou? Parou por quê?

Parou porque faltou cuidado, zelo e vigilância sobre o rebanho. Deixaram as ervas daninhas contaminarem o pasto e prejudicarem as ovelhas, daí, toda má-sorte de situações apareceram culminando com a deterioração dos trabalhos e conseqüente interrupção, exceto aqueles que ainda prosseguem, raquiticamente, por força de alguns irmãos e irmãs que, a despeito de toda indiferença e ausência do clero, insistem em manter o mínimo de atividades. Se houvesse acompanhamento adequado, com as correções adotadas no momento certo e da forma certa, ainda hoje estaríamos desfrutando das bênçãos advindas de grandes e maravilhosos trabalhos.

Para os jovens, então, o que restou? Restou o marasmo, a mesmice, a rotina de festas monótonas e iguais, com as mesmas canções, as mesmas pregações e os mesmos resultados. Não podemos nos surpreender com o que vemos no semblante e no ânimus da juventude assembleiana. Tenho visitado várias congregações, convidado para ministrar palestras para jovens, e percebo como nossa juventude desanimou. Jovens de 15, 16, 17, 20, 22 anos, cansados em plena flor da idade.

Na verdade, este cansaço é fruto de um desânimo crônico que os empurra para os braços de espertalhões que os arranca da igreja, prometendo mundos e fundos, e os afasta de Deus. Lá, os jovens vão continuar desanimando e, psicologicamente, mais susceptíveis a afastarem-se completamente da igreja, tendo que encarar a vida sozinhos em meio a multidão e, portanto, em solidão. A partir daí, porta aberta para todo tipo de desvio espiritual e apostasia.

Quem quiser compreender um pouco mais acerca desse fenômeno, recomendo a leitura da Revista Istoé de junho/2008, que já apontava a existência de uma turma jovem que acredita em Deus, mas não em religião (tenho cópia em meu arquivo).

Conheço gente que percorreu esse caminho e, apesar de batizado com Espírito Santo, não resistiram e saíram. Vivem perambulando de igreja em igreja, quando não, já abandonaram de vez a fé. Hoje, procuram preencher o vazio com bebidas alcoólicas, cigarros, shows e festas pagãs. Conheço jovens que tocavam comigo na igreja e, em razão do abandono, foram abraçados por bandas de pagode e axé, e hoje, estão prestando serviço ao deus deste século. Além disto, numa visão além da Assembléia, vejamos as estatísticas dos jovens envolvidos com a delinqüência e se perceberá quantos deles eram evangélicos ou vieram de lares evangélicos. Não quero ser ingênuo a ponto de achar que nenhum deles sairia se fossem bem cuidados na igreja, no entanto, se assim fosse, muitos deles não teriam saído, estariam conosco até hoje.

(Continua...)

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