Até Quando Precisamos de Tutores?

Tutor é aquele indivíduo que foi legalmente incumbido assumir a vida de um outro, com o encargo de amparar, proteger e defender sua pessoa e seus bens. O tutor assume os direitos e deveres do tutelado, até que este tenha a capacidade de gerir sua própria existência. Durante este período, a pessoa tutelada perde a administração sobre si mesmo, vivendo uma relação de inteira dependência do tutor.

Os pais são tutores legais dos seus filhos, sendo responsáveis por estes até que tenham a idade em que se depreende poderem assumir suas responsabilidades e seus direitos, arcando com todos os benefícios e obrigações advindas de sua independência.

No ambiente cristão, no entanto, as denominações formata, alimenta e mantêm uma relação de dependência servil e "eterna" entre membros e clero, estimulada pela ideia da necessidade de aprovação ou desaprovação pastoral para qualquer palavra, atitude ou escolha que o cristão pretenda fazer, enquanto existir. É preciso obter a bênção pastoral para que se tenha uma consciência tranquila, independente da bênção espiritual advinda da fé em Cristo. A velha ideia de Balaque numa roupagem nem tão moderna assim: "Um homem pode determinar a bênção ou a maldição sobre os outros, mesmo que os outros já tenham a bênção de Deus, pela fé assumida em Cristo".

Sabemos que um novo discípulo, semelhante a um novo filho, precisa de nutrição, proteção e formação que devem ser cuidadosamente fornecidas por um tutor no início de sua caminhada de fé. Mas, convém perguntar, até quando? Até quando um neófito permanecerá, ou deve permanecer, neófito? Quando alcançarão a maioridade espiritual e poderão se responsabilizar por sua própria vida?

O ambiente cristão é permeado por gente que precisa receber aprovação de seu tutor eterno (leia-se, o guia espiritual de plantão) para tudo que pretenda fazer, dizer e, até mesmo pensar, a fim de aquietar sua consciência e lhe proteger do incômodo das incertezas. Isto é a prova de uma má formação. São pessoas que só se sentirão seguros se seus passos forem aprovados pelos tutores humanos que, durante toda sua existência, lhes dirá o que eles podem fazer ou não. É por isto que, mesmo se este tutor confundir as coisas, invertendo o certo e o errado e/ou invalidando os mandamentos de Deus, não importa, ele estará sempre certo, pois, é uma "autoridade constituída por Deus".

É sabido que a Bíblia estabelece a regra simples fundamental de que "os pecados do filho não será requerido dos pais, e os pecados dos pais, não será requerido dos filhos. A alma que pecar, esta morrerá. Isto porque, cada um dará conta de si mesmo a Deus". Neste caso, espiritualmente falando, o tutor responderá por seus pecados, e o tutelado também.

Por esta razão, como uma criança recém-nascida, o cristão-novo deve ser tutelado até que obtenha consciência de bom e mau e, portanto, capacidade de fazer suas próprias escolhas, assumindo definitivamente as responsabilidades por suas crenças, palavras e atitudes.

"Quando eu era menino, pensava como menino, falava como menino, mas, quando alcancei a estatura de homem, acabei com as coisas de menino" (Paulo aos Corintos).

Depois de instruí-los, as instituições religiosas cristãs ou não, devem fazer como Cristo. Deixem as pessoas viverem suas próprias vidas e assumirem as responsabilidades por suas decisões e atos. Se os formaram direito, não há qualquer risco para vocês, muito menos para eles. Aliás, é preferível chegar no fim da jornada terrena e eterna alcançando os resultados de suas próprias escolhas, do que replicar a vida de um outro que lhe nega o direito de escolher seu próprio destino.

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