Pertencer - Implicações e Responsabilidades

A experiência humana de viver só
trouxe o testemunho de Deus de que era algo ruim (Gn. 2:18). Surge,
portanto, desde o jardim do Éden, a convicção de que a companhia é um
instrumento de suporte para prosseguimento na caminhada da vida.
O dualidade da companhia e
solidão se aplica, também, do ponto de vista espiritual. O homem, distante de
Deus, se torna um solitário, não encontrando um apoio adequado para suportar
sua longa caminhada à eternidade. Dessa forma, cego e desvairado, tateando,
tenta encontrar o caminho (At. 17:7), não encontrando quem lhe possa
estender as mãos e caminhar com ele.
Foi pensando nessas pessoas que
Cristo se lança em sua trajetória terrena, oferecendo-lhe luz para seu caminho (Sl.
119:105). Ao vislumbrar a luz, enxerga com nitidez sua trajetória e
encontra outros companheiros e companheiras que lhe darão apoio para a alcançar
a inescapável eternidade.
Este é o processo que conduz o
homem a deixar seu isolamento e passar a pertencer a uma comunidade ou, como é
mais conhecida, uma igreja. Esse pertencer, porém, traz implicações e
responsabilidades que precisamos compreender, a afim de que esse nosso
pertencimento esteja dentro do padrão estabelecido pela Palavra de Deus.
I.
Implicações
a.
Conversão;
A conversão é a exigência principal para o pertencer.
Ninguém fará parte da Igreja sem que assuma uma legítima conversão à Cristo (Jo.
10:7).
b.
Imperfeição;
Esta conversão traz implícito o reconhecimento da própria
imperfeição. Olhamos para dentro de nós mesmos e assumimos nossos limites e
nossa incapacidade (Mc. 9:22-24);
c.
Vulnerabilidade;
Por sua vez, quando percebemos nossa imperfeição, vislumbramos
as brechas no muro de proteção do nosso eu, da nossa essência. É inevitável que
nos tornamos vulneráveis, expondo nossas falhas e estando aberto para a
correção externa (Rm. 15:14);
d.
Acessibilidade.
O pertencer a uma comunidade nos inclui no rol dos acessíveis,
ou seja, as pessoas possuem a liberdade de interagir conosco livremente (1
Ts.5:11).
II.
Responsabilidades
a.
Proteção;
Dever de proteger uns aos outros (Gn.
4:9; Ez. 3:20);
b.
Cooperação;
Ao pertencer a uma igreja, aceito a responsabilidade de
cooperar com seu funcionamento, zelando e respeitando suas reuniões e sua
estrutura eclesiástica (Ne. 4:16-20; Ef. 4:28);
c.
Perdão;
A aproximação de uns para com os outros, considerando que
vivemos em meio a pessoas imperfeitas e pecadoras, nos torna alvos de
incompreensões, injustiças, invejas e outros sentimentos que gerarão danos à
nossa alma e ao nosso coração. Isto interfere diretamente nas relações
interpessoais.
O antídoto oferecido pela Bíblia para restauração dos elos
de relacionamentos nas comunidades é o perdão que devemos conceder uns aos
outros. Vale destacar que o perdão ao semelhante é a condição fundamental para
recebimento do próprio perdão de Deus para nós (Mc. 11:25).
d.
Sustento.
Corroborando com os dias atuais, a Bíblia informa (Ec. 10:9)
que o dinheiro por tudo responde. Sendo assim, quem pertence a uma igreja
precisa entender a necessidade de sustento de toda sua estrutura
organizacional, que por sua vez, ampara as atribuições espirituais do organismo
vivo (Ml. 3:10; Mt. 23:23).
Conclusão
A jornada em comunidade, com
suas implicações e responsabilidades, geram para o homem as inúmeras
possibilidades de crescimento, fortalecimento e amadurecimento. Esta é a
contribuição da igreja para alcance dos objetivos comuns (doutrina, comunhão,
partir do pão e orações) e dos objetivos individuais (conversão, santificação e
salvação).
Fique com Deus.
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