A Integridade da Doutrina Cristã

Subsídios – Lição 12 – Jovens e Adultos - 3º Tri 2011 – CPAD
Texto Áureo: 2 Tm. 3:16,17
Leitura Bíblica: 2 Tm. 3:14-17; Tt. 2:1,7,10

Inicialmente é preciso compreender os significados das palavras “integridade” e “doutrina”, a fim de entendermos e diferenciarmos a superioridade indiscutível da doutrina. A partir daí, entenderemos do que estamos falando quando mencionamos “doutrina cristã”. Infelizmente, muitos ainda insistirão em supervalorizar usos e costumes em detrimento da doutrina bíblica, enfatizando supostos valores transmitidos de pastores antigos, no zelo pela manutenção da “sã doutrina” (a confusão começa aí).

Mas, vamos perseverar na nossa missão de ensinar o que está posto na Bíblia, como está posto, e não como queremos que esteja posto (exegese X eisegese), apesar de nossas fraquezas e limitações, que podem gerar equívocos. Não os nego. No entanto, devemos insistir, pois temos aprendido e visto ao longo de décadas que usos e costumes invés de libertar, aprisionam pessoas, enquanto que a sã doutrina, originariamente falando, conduze-nos ao poder libertador de nós mesmos, garantindo-nos liberdade em Cristo.

Integridade é como chamamos “aquilo a que não falta nenhuma de suas partes”. No que diz respeito a integridade da doutrina, é toda norma bíblica recebida sem alteração, salvaguardando sua pureza intacta.

Doutrina – é o conjunto dos princípios fundamentais de uma crença, sistema ou ciência. No nosso caso específico, são os princípios imutáveis da nossa fé, registrados na Bíblia Sagrada, que norteiam nossa vida espiritual e nossa prática cotidiana.

Note-se a impossibilidade de identificarmos como doutrina os usos e costumes. Isto porque, usos e costumes são mutáveis, modificam-se com o passar do tempo e pela mudança dos condutores do povo. Já a doutrina bíblica, no que diz respeito a sua integridade, mantém-se igual, imutável, independente da época e dos governantes da vez.

A confusão que inúmeros religiosos fazem é porque há incontáveis registros bíblicos de costumes de época, estabelecidos e preservados por povos bíblicos, especialmente hebreus, que geram confusão para pastores e professores cristãos. Não tendo o cuidado de uma pesquisa bíblica apurada, fruto da má-formação educacional bíblica, impõem-se duras tradições, como que recebidas de Deus, transmitindo-as à outros neófitos da fé.

Desta forma, perpetuam rigorosos ritos e tradições que nada acrescentam a vida espiritual das pessoas, pelo contrário, testemunham de uma escravidão que a doutrina divina procura libertar.

“Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas” (Marcos 7:8)

“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Colossenses 2:8)

Portanto, o conjunto de doutrinas ou princípios bíblicos que devemos preservar ou manter a sua integridade é:
 
1.       As Escrituras
a.        A necessidade das Escrituras;
b.       A Inspiração das Escrituras;
c.        A verificação das Escrituras.

2.       Deus
a.        A existência de Deus;
b.       A natureza de Deus;
c.        Os atributos de Deus;
d.       O trino Deus.

3.       Os Anjos
a.        Os Anjos;
b.       Satanás;
c.        Espíritos maus.

4.       O Homem
a.        A origem do homem;
b.       A natureza do homem;
c.        A imagem de Deus no homem.

5.       O Pecado
a.        O fato do pecado;
b.       A origem do pecado;
c.        A natureza do pecado;
d.       As conseqüências do pecado.

6.       O Senhor Jesus Cristo
a.        A natureza de Cristo;
b.       Os ofícios de Cristo;
c.        A obra de Cristo.

7.       A Expiação
a.        A expiação no Antigo Testamento
b.       A expiação no Novo Testamento.

8.       A Salvação
a.        A natureza da salvação;
b.       A justificação;
c.        A regeneração;
d.       A santificação;
e.       A segurança da salvação.

9.       O Espírito Santo
a.        A natureza do Espírito Santo;
b.       O Espírito Santo no Antigo Testamento;
c.        O Espírito em Cristo;
d.       O Espírito Santo na experiência humana;
e.       Os Dons do Espírito Santo;
f.         O Espírito Santo na igreja.

10.    A Igreja
a.        A natureza da igreja;
b.       A fundação da igreja;
c.        Os membros da igreja;
d.       A obra da igreja;
e.       As ordenanças da igreja;
f.         A adoração da igreja;
g.        A organização da igreja.

11.    As últimas Coisas
a.        A morte;
b.       O estado intermediário;
c.        A ressurreição;
d.       A vida futura;
e.       O destino dos justos;
f.         O destino dos ímpios;
g.        A Segunda Vinda de Cristo.

Nosso maior desafio é viver a vida terrena, fundamentado nas doutrinas bíblicas, sem o peso desnecessário das tradições e costumes humanos. A diferença é bem simples. A quebra de um costume ou tradição não significa pecado, enquanto que, a quebra ou inobservância da doutrina bíblica gera heresias, ignorância, pecados e, conseqüentemente, morte espiritual.

Há bons costumes, porém, a resistência em adotar esses costumes não pode ser justificativa para a repulsa de pessoas que se aproximam do evangelho com o desejo sincero de servir e seguir ao Senhor. O que precisamos manter é a mente aberta para os princípios cristãos, e se houver correções a serem feitas nos comportamentos dos cristãos, vamos permitir que o Espírito Santo os convença (Jo. 16:8). Caso contrário, agiremos como os escribas, fariseus e sacerdotes da época de Cristo, que estavam mais preocupados com o exterior do copo, esquecendo que as virtudes sinceras e a boa correção são aquelas que brotam no íntimo do convertido (Mt. 23:25,26).

O próprio Cristo foi alvo da ira dos homens porque não observava tradições inóquas (Mt. 7), que não podem salvar. O que nos cabe é ensinar o evangelho, e desta forma, absorvendo os ensinos cristãos, as pessoas adquiram comportamentos característicos de um povo zeloso e de boas obras (Tt. 2:14).

Quando insistimos na exigência da observância de costumes mutáveis humanos, gastamos energia e tempo com coisas de baixa relevância, enquanto nos faltam tempo e energia para dedicarmo-nos a obra mais importante que o Senhor nos comissionou: “Fazer novos discípulos seus”.

Pelo pressuposto, o maior risco que a doutrina bíblica sofre, é o dos falsos profetas e obreiros. Misturados ao rebanho do Senhor, desandam a impor conceitos e preceitos humanos, sob forma de terrorismo espiritual, condenando todos aqueles que os contradizem. Não possuem discernimento espiritual nem o cuidado de um estudo pormenorizado dos textos sagrados. Vivem de púlpito em púlpito disseminando suas doutrinas humanas, escravizando neófitos e engabelando os incautos, reforçando seus espetáculos com supostas manifestações espirituais. Gente que invés de púlpitos deveriam estar sentados num banco de escola, principalmente bíblica dominical e, também, secular. Gente preguiçosa, vaidosa e ambiciosa.

Os ensinos e pregações devem ser o resultado de uma boa exegese (Interpretação de um texto bíblico, a partir do seu real significado, ou seja, a vontade divina expressa na Bíblia), e não fruto de uma enfeitada eisegesis (interpretação de um texto que demonstra a subjetividade do interpretador e não o significado real do texto, ou seja, o “nosso” que amparamos na Bíblia). “Coisas maravilhosas na Bíblia se vê, coisas colocadas ali por mim e por você”. Uma boa “exegese” é o melhor caminho para evitarmos as “eisegesis” tão comuns nos dias atuais.

Quando em contato com a Bíblia, que o Espírito Santo nos torne sensíveis à sua voz, ministrando aos nossos corações a boa, perfeita e agradável Palavra de Deus. Que o Senhor ampare os sinceros e reforcem suas mãos na manutenção da integridade das doutrinas cristãs encontradas na Bíblia Sagrada.

Comentários

danubio fialho disse…
Muito coerente e didático.
ELIEL BARBOSA disse…
Obrigado, Danubio, por sua participação. Fique com Deus.

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