A Atuação Social da Igreja


Subsídio Lição 10 – Jovens e Adultos – 3º Tri 2011 – CPAD
Texto Áureo: Mt. 25:34-36
Leitura Bíblica: Is. 58:6-8,10,11; Tg. 2:14-17

Este é um assunto que toca em nossa sensibilidade de forma mais intensa. Jesus se dirigiu aos seus discípulos dizendo “bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mt. 5). Nós, como cristãos, não somos indiferentes às necessidades das pessoas, sejam elas cristãs ou não, porém, nossa inatividade, muitas vezes, se deve ao fato de estarmos inclusos neste grupo de pessoas com poucas possibilidades de ajudar à outros.

É preciso mencionar, no entanto, uma frase que resume o universo dos cristãos, dentro das milhares de igrejas espalhadas por este imenso Brasil: “ninguém é tão pobre que não possa ajudar, e ninguém é tão rico que não precise de ajuda”. No contexto desta frase está a fórmula que deve ser estabelecida nas comunidades dos seguidores de Cristo, como Ele mesmo orienta aos discípulos antes do primeiro milagre da multiplicação dos pães e dos peixes: “Não é mister que vão [sem comer]; dai-lhes vós de comer” (Mt. 14:16).

Trazendo para nossos dias, temos uma grande multidão de seguidores de Cristo que seguem os líderes cristãos desejando ouvir as Palavras de Cristo, todavia, além do alimento espiritual, é nosso dever alimentá-los materialmente. “Não temos dinheiro suficiente” - vamos alegar. Jesus insistirá: “Tragam-me o que vocês têm, e Eu multiplicarei”.

I. A Vergonha da Pobreza.

A pobreza humana é uma situação que envergonha a própria raça humana. É o testemunho que somos humanos apenas no nome, pois, agimos como alguma coisa que não se assemelha nem mesmos aos animais irracionais.

Há riqueza suficiente no mundo para, distribuída equitativamente, possibilitar uma vida digna à todos os seres humanos. Porém, nossa realidade é a de milhões de pessoas sobrevivendo com parcos recursos. Recursos esses insuficientes para dar às famílias condições de vestir, comer, beber, educar e desfrutar de sua vida terrena de maneira decente e digna.

Dentro deste contexto social, a igreja percebe as conseqüências da pobreza dentro do seu espaço religioso. Este problema a afeta, quer seja no alcance dos recursos para sua sobrevivência, enquanto organização eclesiástica, quer seja no desenvolvimento de programas sociais que minimize as dores que agridem os cristãos pobres.

II. A Igreja Como Corpo. Todos Por Um, Um Por Todos (I Co. 12).

A melhor forma de vencermos esta vergonhosa situação é entender e aplicar a mensagem sublime de Cristo. Ele, sendo Deus, humanizou-se. A Igreja como corpo deve se empenhar no alcance do objetivo de tornarmos-nos um, como um corpo, onde se um sofre, todos sofrem juntos. Não há segredo.

Na igreja, a melhor forma de vencermos a pobreza de muitos, é sermos pobres com eles e, assim, conquistarmos a riqueza para todos. O princípio a ser aplicado é simples e fácil de entender. Difícil é aplicar, em razão dos nossos medos e preocupações quanto ao alimento do dia de amanhã.

Se um tem dois, e outro está sem nada, este reparte com o outro e ambos ficam com um”.

Este deve ser o princípio gestor da Igreja no que diz respeito ao cuidado social. Quem tem muito, reparte com quem não tem de tal forma que a sua abastança será instrumento de Deus para atender o irmão em suas necessidades (At. 2:45).

III. A Igreja Não Pode Fechar os Olhos Para o Pobre Necessitado (1 Jo. 3:17; Mt. 25)

A realidade cruel do pobre na terra, e a constatação de que jamais deixará de existir pessoas nesta condição social (Dt. 15:11), não pode adormecer nossas consciências e cansar nossas mãos por causa do trabalho ininterrupto. Pelo contrário, o amor pulsando em nossos corações deve ser o combustível para, enquanto houver necessitado, haver empenho em minimizar seu sofrimento. Esse deve ser o espírito cristão.

Dito isto, é vergonhoso para nós cristãos, congregarmo-nos em suntuosos templos e permitir que nossos irmãos habitem em lugares insalubres. É, no mínimo, um incômodo, não considerarmos as economias que podemos fazer com uma estrutura mais simples, sem deixar de lado a adequabilidade, para que, desta forma, “sobre” mais recursos para o atendimento das necessidades dos nossos “amados” que, diuturnamente, estão ao nosso lado evangelizando, orando e estudando a Palavra de Deus.

Mesmo pouco, podemos e devemos fazer aquilo que nos cabe enquanto igreja do Senhor Jesus, compartilhar com nossos irmãos menos afortunados, as comidas, bebidas, roupas, atividades recreativas, remédios, etc., para que, desta maneira, sejamos reconhecidos como filhos de Deus, e as pessoas glorifiquem ao nosso Pai que está no céu.

Rm. 15:26 – “Porque pareceu bem à macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém”.

IV. O Papel da Liderança No Cuidado Social e Exemplo

O líder da Igreja deve ser o mais interessado nos programas sociais da comunidade cristã, pois, as pessoas normalmente se tornam reflexo daquele que elas têm como referência. Em qualquer grupo ou organização, o líder sempre será o modelo. Daí a necessidade do pastor vigiar quanto a sua conduta. Um pastor que lidera um povo de roupas rasgadas, enquanto desfila com roupas de griffe, será taxado, no mínimo, de insensível.

Quando o líder se esmera em atender as necessidades do seu povo, mesmo a custa de um melhor vestir, estará sendo exemplo de comprometimento com o reino de Deus aqui na terra. É certo que alguns irão considerar este tipo de observação um exagero, principalmente sendo um dos que se utilizam do dinheiro adquirido com as dores dos outros, para viver nababescamente (Mt. 23:4).

Para perceber o quanto isto interfere no trabalho social da igreja, basta fazer uma pesquisa em qualquer comunidade cristã, e fora dela, para que se verifique o nível de incômodo que este tipo de atitude causa às pessoas. Muitas delas, inclusive, que podem ajudar de forma mais intensa e em maior quantidade, se vêem impedidas de fazê-lo pela desconfiança quanto a utilização dos recursos, e pela sensação de injustiça em ver o pastor desfilando com tudo do bom e do melhor, e as pessoas sob seus cuidados sofrendo necessidades debaixo de seu nariz.

E, por favor, “não estenda sua mão me pedindo ajuda financeira, com seu anel de ouro no dedo”.

V. O Dever de Todo Cristão de Ajudar a Ajudar a Outro.

O papel da igreja é coordenar a rede de ajuda mútua cristã. Cada um vem ao templo e traz consigo sua contribuição que deverá, distintamente, ser direcionada aos mais necessitados.

Sendo assim, todo aquele que se entrega a Cristo e passa a pertencer a uma comunidade cristã, deve ser:

Orientado quanto às verdades espirituais;

Conscientizado quanto ao dever de ajudar os mais necessitados;

Lembrado de que, por mais pobre que seja, ele pode e deve participar da ajuda aos outros, por mínima que seja.

Ef. 4:28 – “Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade”.

VI. Conclusão

O maior problema do cristianismo não é sua mensagem, são os cristãos. Não todos, mas, uma minoria barulhenta que enxerga apenas as benesses do evangelho, esquecendo dos deveres que temos como Reino de Deus entre os homens.

Mc. 10:21 – “E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me”.

Cada igreja, transformando os moradores da rua onde está estabelecida com uma ação duplamente efetiva – espiritual e social - estendendo ao bairro e, em conjunto com outras, transformando cidades, estados e países inteiros com o evangelho que modifica e se solidariza com as dores do próximo, independente de serem cristãos ou não. A verdade que incomoda é que temos feito muito pouco, diante das possibilidades que temos.

E diante da parábola do bom samaritano, contada por Jesus (Lc. 10), em relação a questão “se o próximo do ferido é aquele que passa distante”, a resposta é: Não! Não passa ao largo. O próximo vai ao encontro das necessidades vistas e, com a força que tem, as atende na maneira do possível (Ec. 9:10).

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