Uso Casual da Maconha Pode Afetar o Cérebro, diz Estudo.

O uso esporádico de maconha pode afetar regiões
cerebrais relacionadas ao controle das emoções e à motivação. Esta é a
conclusão de um novo estudo americano, publicado nesta quarta-feira, no
periódico The Journal of Neuroscience. Os resultados sugerem que o uso
recreativo da droga pode levar a mudanças cerebrais anteriormente não
identificadas e ressaltam a importância da pesquisa voltada para os efeitos no
longo prazo para o cérebro do uso baixo ou moderado da droga.
A maconha é a droga ilícita mais comum nos Estados
Unidos — sua venda para o uso recreativo foi recentemente legalizada em dois estados, Colorado e Washington.
As consequências comumente associadas a seu uso são prejuízos para a motivação,
atenção, aprendizado e memória. Estudos anteriores, realizados com animais
expostos ao tetrahidrocanabinol (THC), principal componente psicoativo da
droga, mostraram que o uso contínuo provocava mudanças estruturais em regiões
do cérebro envolvidas com essas funções. Pouco se sabe, porém, sobre o efeito
do uso moderado, especialmente em adolescentes e jovens.
Mudanças no cérebro — No estudo atual, os autores utilizaram ressonância magnética para
comparar o cérebro de usuários de 18 a 25 anos que consumiam maconha pelo menos
uma vez por semana com o de pessoas com pouco ou nenhum histórico de uso da
droga. Embora avaliações psiquiátricas tenham mostrado que os participantes não
eram dependentes da droga, as imagens de seu cérebro mostraram diferenças
significativas. O núcleo accumbens, região do cérebro ligada ao sistema de
recompensa e motivação, estava maior e com formato e estrutura alterados nas
pessoas que usavam a droga.
Os pesquisadores também compararam tamanho, forma e
densidade da amígdala, parte do cérebro que desempenha um papel importante no
controle das emoções, de vinte usuários casuais de maconha e vinte pessoas que
não faziam uso da droga. No primeiro grupo, os participantes tiveram que
estimar o seu consumo nos últimos três meses, incluindo a quantidade de dias em
que usaram a droga e a quantidade. Os cientistas concluíram que, quanto mais
intenso o uso, maiores as mudanças no cérebro.
"Esta pesquisa sugere que até um uso leve a
moderado da maconha pode causar mudanças na anatomia do cérebro", diz Carl
Lupica, pesquisador do Instituto Nacional de Abuso de Drogas, nos Estados Unidos,
que não participou do estudo. "Os resultados são particularmente
interessantes porque os estudos anteriores analisavam o uso intenso."
Fonte: www.vejaonline.com.br
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