Resposta ao Jornalista Ricardo Boechat
Tentei encaminhar um e-mail ao jornalista
Ricardo Boechat, após ouvir um de seus comentários na BANDNEWS FM,
ridicularizando o Pr. Marcos Feliciano por ter solicitado a prisão
do manifestante que o acusou de racista na Comissão de Direitos
Humanos.
O referido jornalista iniciou sua
crítica, ironizando: "você fulano, cicrana e beltrana (companheiros seus no estúdio da Band), não podem ficar me chamando de "careca, orelhudo, idoso,
etc." que poderão ser presos." A partir daí, discorreu uma sentença de condenação pelo fato do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias ter mandado a Polícia da Câmara tomar providêncas em relação ao manifestante que o chamou de racista.
Como não obtive êxito no envio da mensagem, resolvi expor aqui. Tenho consciência de ser praticamente impossível o referido jornalista acessar este blog. No entanto, minha intenção é expor aos meus "cinco leitores" o lado cruel de uma parte da imprensa que reza na cartilha vigente e ignora o direito alheio. Gente que acredita ser tolerante dando demonstração de intolerância com aqueles que discordam de seus pontos de vista. Seguindo...
"Bom dia, Sr. Ricardo.
Me chamou a
atenção seu comentário (28.03.13) sobre o episódio ocorrido na Comissão de
Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, envolvendo o deputado
Marcos Feliciano.
Pelo que disse,
então, o senhor é a favor do bullying e contra a PL 122? Suponho. Com este mesmo
raciocínio, tenho convicção que o senhor não teria qualquer problema em
permitir que manifestantes descontentes com suas opiniões entrassem no estúdio
onde trabalha e impedisse sua atividade, afinal, se trata de uma concessão
pública, correto?
Infelizmente, o
senhor, como alguns outros jornalistas, decidem qual o inimigo da vez, o
condenam a sua revelia e o sentencia a destruição moral (dele e de sua família)
por crime de opinião (ou intolerância? - Tolerar quem discorda da gente é difícil, não
é mesmo?). Além disso, ignoras os excessos, refiro-me exclusivamente aos
"excessos", praticados pelos manifestantes que chegaram ao cúmulo de
subir em mesas na Comissão para impedir os debates programados.
Ainda não satisfeito, o
senhor incentiva a manifestação de rua esquecendo que quando uma
minoria vai às ruas, uma maioria, também, pode ir. Como "um dos
jornalistas mais bem informados do país" o senhor se lembra da Irlanda do
Norte. Responda-me, Sr. Boechat, qual é o melhor caminho, o confronto
bélico ou o diálogo dentro das regras do jogo democrático?
Aliás, por falar
em manifestação (um direito das pessoas), também sou favorável que façamos
contra o rateio dos ministérios em Brasília, contra o desperdício de dinheiro
nas obras para copa do mundo, contra os mensaleiros na câmara, contra a falta
de um serviço de saúde adequado, contra a insegurança decorrente da incompetência dos nossos governantes, contra a cara-de-pau de alguns políticos
diante dos deslizamentos de terra e mortes anuais, contra os ataques ao Poder Judiciário
em virtude das condenações dos mensaleiros, mas, isso não pode, não é? São
coisinhas sem importância. Não fica bem o senhor, um jornalista de renome,
incentivar tais badernas.
No entanto, por
causa de opinião (emitidas da mesma forma que o senhor), porém, contrárias aos
interesses dos ativistas gays, têm-se a construção dessas críticas
inconsequentes desprovidas de imparcialidade e respeito. Essa é a lógica?
Então, serei criticado pelo senhor, no ar, porque minha opinião não se
assemelha com a sua? Por esta "causa" serei considerado homofóbico,
racista ou "daszelites?" (sou assalariado e sofro, todos os meses,
para pagar minhas contas).
Parabéns pelo tipo
de democracia que desejas para o Brasil. Poderíamos copiar da Venezuela, de
Cuba ou, por que não, do Irã. A sua opinião cairia como uma luva, afinal, ela se
coaduna com o viés da lógica midiática dominante.
A democracia é o
menos ruim dentre os regimes de governo no mundo, e é o que temos. Daí, o bom
para nosso país não é respeito apenas a minoria, é respeito à todos e,
principalmente, as regras do jogo democrático, pois, é essa a melhor maneira de
se construir uma sociedade egualitária, solidária, respeitosa e livre de
"qualquer" preconceito. É o que queremos.
Lamentável seu
comentário tendencioso e hipócrita.
Cordialmente".
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