Estão Perseguindo o Cristianismo no Brasil. Os Cristãos Não Vão Fazer Nada?
Num
estado democrático de direito, os cidadãos devem ser respeitados
independentemente de sua religião, opção sexual, cor de pele e formação
educacional. Os direitos devem ser preservados e protegidos pelo Estado, e isto
é realizado através de leis outorgadas pelo conjunto de parlamentares eleitos
pelo povo para representá-los em suas opiniões, baseadas no ideal que cada um
tem de sociedade justa e equânime.
Sendo
um país constituído por pessoas com uma variedade de pensamentos e compreensão
invariavelmente distinta das mesmas coisas, o regime democrático exige que as
leis sejam feitas levando em consideração o pensamento da maioria da sua
população. Isto leva a minoria a uma obrigação moral e legal de submeter-se ao
que foi estabelecido na forma da Lei.
No
Brasil estamos vivendo um momento ímpar para as religiões cristãs. Há
uma sórdida perseguição religiosa em andamento com objetivo claro de retirar
“Deus” da consciência das pessoas, destruindo princípios e valores elevados,
pelo simples fato de serem de base religiosa. Grupos de minorias desenvolvem
uma guerra raivosa tentando impor sua pauta de idéias preconceituosas,
travestidas de libertárias, se sentindo no direito de impor à maioria sua
vontade particular.
Sejam
os conselhos de psicologia, seja a mídia tendenciosa, seja os grupos
representantes da minoria gay e atéias, sejam outras religiões distintas do cristianismo, a perseguição se torna evidente, pois, se antes
estas pessoas agiam na surdina, hoje, com o apoio indiscriminado da mídia
tendenciosa, coopta instâncias do Estado, incitando-os a adotarem práticas
discriminatórias contra a religião cristã.
Antes, invocavam
um Estado laico esquecendo o Brasil cristão. Agora, invocando essa mesma
laicidade estatal, atentam contra objetos cristãos há décadas pendurados em
prédios e áreas públicas. É a velha tática do “comer pelas beiradas”.
A
questão colocada agora para os cristãos é: Os cristãos estão conscientes do que
está acontecendo na surdina em nosso país? Estamos preparados para esta ardilosa
perseguição religiosa? Quais as atitudes que os cidadãos cristãos devem tomar
com relação a isto?
O primeiro
problema que a comunidade cristã enfrenta é a compreensão inadequada desta
perseguição. Com base nos registros bíblicos de lutas contra os cristãos, transportam
àquelas imagens para nossa realidade, criando e fomentando em seus
subconscientes a idéia de uma perseguição com soldados caçando cristãos em suas
casas e conduzindo-os às masmorras úmidas e frias, enquanto aguardam, em
silêncio, sua sentença de morte (quantos integrantes desses grupos anti-cristãos não gostariam que estivesse acontecendo isto hoje? Almejam, amanhã).
O
segundo problema é o fato de considerarem como única alternativa para o cristão,
a morte silenciosa. “Levado como ovelha
para o matadouro, como um cordeiro mudo, Ele não abriu a sua boca” (At.
8:32). Fazendo confusão entre o comportamento adotado por Cristo em sua missão espiritual
redentora, com o comportamento cristão em sua cidadania. É como se todo cristão
estivesse em uma missão rendentora para a humanidade, devendo, por isto,
abdicar de todos os seus direitos como cidadão e morrer pelo cristianismo.
Ora, o cristianismo não salva ninguém, portanto, ninguém precisa morrer para afirmá-lo. Isto não significa deixar de morrer por negá-lo. O que estou dizendo é que o cristão não deve e não negará sua fé em Cristo, mesmo que isto represente a perda de sua vida (ainda não chegamos nesse ponto. Ainda...). No entanto, o cristianismo não precisa de "salvadores" que precisem morrer em silêncio, em sacrifício vicário.
Num
regime democrático de direito, onde as leis são estabelecidas pela maioria para
observância de todos, a atuação cidadã implica não apenas no dever de escolher
seus representantes, mas, também, de fiscalizar a atuação parlamentar e assumir
a responsabilidade de opinar sobre os destinos da nação. Está implícito aí o
dever de corrigir a rota legal, quando, defendendo seus mesquinhos interesses,
os egoístas integrantes de grupos minoritários tentarem impor um desequilíbrio
na relação maioria/minoria.
É
óbvio que, na democracia, o direito de todos deve ser preservado. No entanto, o
que se vê no Brasil, não é a luta pelo respeito e preservação do direito da
minoria, mas, sim, a tentativa de impor uma ideia de sociedade que uma minoria
tem, distinta da maioria, desrespeitando as bases de uma convivência pacífica e
tolerante. A tão propagada tolerância, oferecida gentilmente na base cultural
da humanidade pelo judaísmo e, por sua vez, pelo cristianismo, às mulheres, aos
negros, aos gays e aos ateus, está sendo utilizada para deflagrar uma guerra
intolerante contra os cristãos. Como se sabe, no Brasil, a maioria da população
é cristã, logo...
Vivendo
num ambiente em crescente perseguição aos valores e princípios religiosos
cristãos, “os crentes” agem como se a tentativa de eliminar filosoficamente a
ideia de Deus da sociedade, acompanhada da luta pela imposição de uma sociedade
sem cristãos, fosse uma circunstância que envolvesse apenas “o outro”, o
vizinho, o católico, ou o evangélico, ou apenas o cristão que vai ao templo.
Nada mais enganoso.
Dois
fragmentos de poesia refletem bem o atual momento brasileiro, no que diz
respeito a perseguição religiosa enfrentada pelos integrantes do cristianismo:
1º Fragmento, é de Eduardo Alves da Costa:
"[...]
Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
[...]"
2º Fragmento, a rigor um trecho de sermão, ou prédica, de um pastor luterano, alemão, da época do nazismo, Martin Niemöller, ao que parece de 1933 (o poema):
Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
Já não havia mais ninguém para reclamar.
Os
cristãos precisam despertar do sono, sob pena de todo esforço dos missionários,
dos pastores simples e sinceros que vieram antes de nós, serem jogados no lixo.
Se não possuímos a mesma capacidade de promover a transformação de uma
sociedade (cerca de 90% da população brasileira se identifica como cristãos),
devemos assumir a responsabilidade de preservar o que se conquistou e aprimorar
o conquistado. Não podemos permitir que mentes narcisistas e anarquistas
implantem sua visão de mundo para o povo cristão brasileiro.
Os cristãos precisam reagir com as armas que dispõe: e-mails, passeatas pacíficas, campanhas publicitárias, ações judiciais e, principalmente, com o voto.
Precisamos
de mais parlamentares cristãos, mais magistrados cristãos, mais formadores de
opinião cristãos, mais governantes genuinamente cristãos, e se não houverem a
necessidade de mais cristãos compromissados com o cristianismo atuando em
postos-chaves da nação, precisamos que os que existem saiam da toca (cadê os cantores gospel que arrastam multidões?), coloquem a
cabeça para o lado de fora e assumam sua missão de promover a igualdade de
direitos dos cidadãos sem ferir os valores e princípios que, antes de serem
valores e princípios cristãos, são virtudes que constróem uma sociedade justa,
respeitosa e tolerante para com todos.
Que
as igrejas não se fechem hermeticamente em torno de seus cultos; que os
pastores não se omitam atrás das Escrituras Sagradas, antes as invoquem contra
as injustiças e a tentantiva de matar o cristianismo; que os cristãos não se
limitem a sê-lo apenas no ambiente do templo. Que sejamos cristãos-cidadãos em
todos os aspectos, atuando e defendo nossa visão e nosso posicionamento no
cotidiano deste país. Como cidadãos, temos este direito. Que utilizemos nosso
voto com a consciência de que, não basta eleger um bom político, precisamos
eleger um bom político comprometido com os valores e princípios cristãos.
Hoje,
investem contra os psicólogos cristãos, contra programas de TV cristãos, contra
os crucifixos nas paredes. Amanhã, investirão contra os cultos cristãos, templos
cristãos e líderes cristãos. Aí, já não contaremos mais com o amparo das leis
de um país cristão para nos defender...
...
e morreremos como ovelhas mudas perantes os seus tosquiadores...
...injusta
e inultimente.
Comentários
Obrigado por seu comentário.
Permita-me apenas ponderar sobre alguns pontos.
1. Não há, dentro do segmento evangélico, qualquer pretensão em conquistar o poder humano, temporal, ou negar direitos aos demais segmentos sociais. Se há algum pretenso representante dizendo isto, fala por si e não pela comunidade cristã no Brasil. Quem conhece os princípios bíblicos que estudamos e defendemos sabe que o poder temporal não nos interessa.
2. Os verdadeiros cristãos se importam com a felicidade de seus semelhantes, porém, insto não significa abrir mão de seus pontos de vista no que diz respeito a crenças e orientação sexual ("classes e etc.", já é exagero seu). O homossexual tem todo direito de ser o que ele escolheu ser. Nós, também; O homossexual tem todo direito de expressar sua discordância com o padrão moral cristão. Nós, também com o deles; O homossexual tem todo direito de defender seus pontos de vista. Nós, também; Nós temos o dever de respeitá-los. Eles, à nós, também. Não temos culpa pelo fato do evangelho está sendo muito bem recebido pelos brasileiros. Fale com Deus.
3. Governo laico não se confunde com povo laico. A administração pública deve ter como alvo ds seus serviços todos os brasileiros. Agora, quando esses brasileiros são chamados para opinar e decidir sobre alguma coisa, logicamente que eles irão consultar suas respectivas consciências e tomar a decisão mais adequada. Considerando que mais de 90% da população brasileira se identifica como cristãos, não é lógico imaginar que os pontos de vista dos cristãos sejam deixados de lado.
Portanto, meu caro, da mesma forma que não queremos impor as pessoas nossas posições, não é justo que queiram que aceitemos a imposição dos pontos de vista de alguns formadores de opinião, que afetam, principalmente, a nossa fé e nossas famílias.
A liberdade das minorias não pode ser a custa da liberdade da maioria, pois, a verdadeira liberdade não é discriminatória, intolerante ou preconceituosa com "qualquer pessoa".
É, os cristãos sabem o que é ser discriminados, desrespeitado em suas opiniões e preconceituosamente julgados. (e isto há muito tempo). Quando falei de perseguição no texto, falei disto.
É isto.
Contamos com sua compreensão e sua ajuda na defesa desses valores que são importantes, não apenas para os cristãos, mas, para a sociedade e para a democracia.
Fique com Deus.