O Egito e Seus Faraós Entre Nós, Cristãos.


Parece que voltamos ao Egito, onde o povo de Deus, escravizado, é “obrigado” a trabalhar para sustentar a corte de Faraó. Não podiam adorar a Deus, colher alimentos e obter recursos que lhes possibilitassem cuidar dignamente de suas famílias, porque colocavam em risco o luxo e as facilidades da vida do soberano e sua côrte.

Não me refiro a aplicação lógica do texto bíblico mencionado no livro de Êxodo, que trata da escravidão do povo hebreu pelos egípcios e sua compreensão contextualizada da relação cristão e o mundo pagão. Refiro-me a vida atual do cristão e sua relação com a própria comunidade cristã e suas organizações religiosas dominantes.

Vivemos presos nos templos e desafiados a testemunhar nossa fé em Deus através dos dízimos e ofertas alçadas. Vale destacar que o mandamento de sustento da casa de Deus com dízimos e ofertas é bíblico e inclui o sustento dos sacerdotes e levitas. No entanto, é preciso compreender que “sustentar” é “manter a capacidade de seguir em frente”. É, portanto, conceder todas as condições para desempenho de suas funções sacerdotais.

Pastores que possuem salários iguais a de executivos de grandes empresas, me parece, um equívoco, para não dizer indecência. Empresas produzem e ganham em função de produtos e serviços oferecidos no mercado. Igrejas vivem de contribuições, em sua maioria, de pessoas pobres e assalariados, inclusive, órfãos e viúvas. Os textos bíblicos que tratam de contribuições na igreja reforçam a ideia de comunidade, onde alguns receberão uma parte redistribuindo o restante no cuidado de “todos”.

É triste perceber e saber que alguns “generais” da religião ganham muito, enquanto que a outros companheiros seus, possuidores dos mesmos dons e dedicação, são oferecidos as “migalhas” que caem da mesa dos senhores. Devem todos ganharem salários astronômicos? Claro que não. Como dissemos acima, “sustentar” é “manter a capacidade de seguir em frente”, não oferecer ao líder religioso recursos abundantes que lhes tentem a “juntar tesouros na terra” (carroS, CasaS, FazendaS, ImpérioS).

A comunidade vai sustentar os líderes em suas necessidades, conforme sua capacidade. Isto significa que cada família pastoral receberá apenas o suficiente para atendimento de suas demandas básicas: alimentação, moradia, transporte, educação e plano de saúde. Nada mais, nada menos. Portanto, se um líder possui esposa e dois filhos, será amparado com valores maiores do que aquele que não possui filhos. Lógico. Se dois pastores, de uma mesma igreja, possuem as mesmas necessidades, devem ser sustentados de forma igualitária. Isto é justo.

Precisamos, de cima a baixo, retornar aos princípios genuínos cristãos, e para isto, não se pode apegar as letras frias, mas, ao Espírito que permeia as Sagradas Escrituras. Espírito de amor e compaixão, de companheirismo e humildade, espírito de “comum unidade”, onde todos “tinham tudo em comum e ninguém sentia falta de nada”, haja vista que “repartiam entre si”.

Que Deus nos inspire a pensar como Cristo pensa, a olhar como Cristo olha, sentir como Cristo sente e fazer como Ele fez, e manda.

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