CEADEB x ADESAL - É feio, muito feio!
Os desdobramentos do litígio entre o presidente
da CEADEB e o presidente da ADESAL prossegue revitalizando as feridas causadas
pelo rompimento do vínculo de alguns pastores de sua convenção (CEADEB).
No mais recente episódio, uma decisão judicial
interlocutória - sem definição de mérito - tomada na ação que a CEADEB move
contra a ADESAL, foi entendida como um ato de destituição do pastor Israel
Ferreira do comando da Assembleia de Deus em Salvador. Sem querer entrar nas
questões técnicas da decisão (deixo isto para os advogados e rábulas), a
decisão não dá nada a ninguém, haja vista uma série de “condicionantes” expressos no comando judicial. Na verdade, a decisão
da desembargadora é uma espécie de carta do apóstolo Paulo aos Coríntios na
versão para os assembleanos baianos: “se entendam!”
Ato seguinte a decisão mencionada, o pastor
Valdomiro Pereira distribui um vídeo para os obreiros assembleanos. Nele, informa
(ou desinforma) a plateia que o pastor Israel Ferreira foi destituído do
comando da ADESAL, cabendo agora a indicação de um novo pastor pela CEADEB. No
vídeo, ainda fala ao próprio pastor, ora dito destituído, que as portas da
Convenção (CEADEB) estão abertas para ele e para os demais abrigados até então
na CONFRAMADEB.
Em resposta ao vídeo do pastor Valdomiro
Pereira, o pastor Israel Ferreira lança sua versão (sofrível, pela qualidade do
áudio) informando que se mantêm no comando da ADESAL e que os irmãos
assembleanos soteropolitanos devem se manter tranquilos na dedicação de suas
vidas à Deus, abrigados nos templos sob controle da ADESAL.
Na versão do pastor Valdomiro Pereira, é
utilizado um texto dos Salmos como preâmbulo para sua fala aos cristãos. Na
versão do pastor Israel Ferreira, é enfatizado se tratar de uma batalha espiritual
para destruir a igreja em Salvador. Não faço, nesse momento, qualquer juízo de
valor sobre as informações expostas nos vídeos mencionados e os argumentos de
defesa utilizados pelos dois pastores assembleanos. Mas, uma coisa digo e
repito: “É feio, muito feio!”
Dois pastores que não conseguem atender o
convite de Deus para serem humildes, a perdoarem-se mutuamente, a renunciarem o
poder e a conciliarem esta relação institucional eclesiástica (Estas coisas que
eles mesmos pregavam e pregam nos púlpitos de suas respectivas igrejas). Como
não há forças para caminhar nesse sentido, os pastores são estimulados, desde a
primeira audiência (pela justiça dos homens), a compreenderem que este é o
melhor caminho (do acordo, da conciliação, do entendimento). A justiça dos
homens concorda com Deus.
Neste contexto, há duas diretorias envolvidas. Há
outros inúmeros pastores que ocupam, junto com os pastores Valdomiro Pereira e
Israel Ferreira, as diretorias das respectivas agremiações religiosas. Onde
estão? O que fazem? Porque permitem que estas instituições prejudiquem tanto a
tão falada “igreja do Senhor Jesus?” (Me respondam, por favor, a seguinte
questão. Se dois irmãos estivessem brigando no ambiente de suas respectivas
congregações, como vocês agiriam ou agem?) Porque as respectivas assembleias
ordinárias e/ou extraordinárias não colocam um ponto final nesta contenda interminável?
Porque se omitem? Porque não destituem os dois? Percam os anéis, mas preservem
os dedos, pelo menos.
Tenho irmãos (não cristãos) e colegas no trabalho
que ressaltam esta briga toda vez que tentamos falar do evangelho e que, mesmo
quando não falamos, eles insistem em nos lembrar e envergonhar pela contenda de
vocês. Cansei. Estou cansado de tentar explicar o inexplicável. É feio, muito
feio! Aliás, é horrível.
Um diz que a “igreja é de Jesus”, mas não abre
mão de exercer o comando (???), outro informa que é alvo de uma batalha
espiritual que visa destruir a “Igreja de Jesus” (???) e, ambos, em momentos
diferentes (pastor Israel Ferreira, quando foi impedido de concorrer à
presidência da CEADEB, e pastor Valdomiro Pereira, quando perdeu o “direito” de
comandar a igreja em Salvador), recorreram a justiça dos homens para conhecerem
a vontade de Deus (???).
Tentam (os dois) fazer-nos crer que estão em
defesa da igreja. É a velha ideia esquizofrênica de defender, destruindo; de
querer mudar fazendo igual. No afã de defender suas próprias convicções divorciadas
da Bíblia e seus interesses pessoais, invalidam a própria Bíblia e estabelecem
que os estatutos da CEADEB e da ADESAL valem mais do que a vontade de Deus e,
por isso, pedem a ímpia justiça dos homens que digam quem será o nosso pastor.
Nesta contenda, pelo menos reconhecem que a
comunidade dos assembleanos surgiu antes de qualquer convenção de pastores, e
que a construção dos templos que abrigam este povo é fruto do árduo trabalho da
própria comunidade e não das organizações religiosas que presidem. Então, apesar
da “nossa” vergonha e do escândalo, podemos seguir sem eles.
Mas, é feio. Muito feio!
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