Não Há Justificativa Para Falta de Um Bom Relacionamento em Família
“Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua
família, negou a fé, e é pior do que o infiel (1 Tm. 5:8).
A
família deveria ser a instituição onde melhor desfrutássemos das relações
interpessoais. Digo “deveria” porque basta uma análise das relações familiares
para percebermos como nos tratamos. Somos arrogantes, implicantes, arredios,
insensíveis, mal-humorados, deseducados, omissos e agressivos quando tratamos
com nossos pais, nossos irmãos e irmãs. A forma como nos relacionamos no
ambiente familiar é tão sem nexo que, havendo um animal de estimação, o
relacionamento com o animal causa inveja aos seres humanos. É o carinho diário,
a preocupação com a limpeza do lugar onde costuma ficar, a atenção com a hora
da alimentação, o cuidado com a recuperação nas doenças, enfim, é o interesse pessoal
e a dedicação intransigente pelo seu bem-estar.
Em
muitas famílias, hoje, sentar à mesa é substituído pelo sentar à frente da TV e
continuar ignorando o outro, é ser insensível às necessidades físicas,
emocionais e espirituais do irmão, da irmã, do pai, da mãe e dos filhos. Não
temos tempo, estamos cansados, temos outras coisas por fazer e, assim, colocamos
nossa relação familiar num nível inferior ao de amigos, colegas e “irmãos da
igreja”. Sim, senhores, “somos mais
amigos dos amigos de que dos nossos irmãos, pais e filhos”.
Aliás,
o ambiente religioso, muitas vezes, rouba o tempo da família. Sob pretexto de “cuidar
das coisas de Deus”, abandonamos nossa família à própria sorte, num ambiente
onde é “cada um por si e Deus por todos”. Para “cuidar das coisas de Deus” largamos
nossos filhos, esposas, maridos e pais sozinhos. Dentro do ambiente do templo
gritamos: “eles são importantes para nós!”, já no cotidiano...
“Há tempo para todas as coisas debaixo do céu”
(Ec. 3), só não há tempo para nossas relações familiares.
Retendo-me
ao comum, não conseguimos nem almoçar direito com nossa mãe porque as
atividades na escola dominical nos faz chegar depois das 12h, tendo que correr
porque logo no início da tarde temos mais programação e atividade religiosa. Não
podemos “perder tempo” para saber como ela estar, o que precisa ou, pelo menos,
conceder-lhe tempo apenas para desfrutar de nossa companhia.
A
despeito do que diz Deus em sua Palavra (1 Tm. 3:5; Mt. 15:3-6; 1 Tm. 5:4,8; 1
Co. 7:33; Pv. 31:10-31; Ef. 5:29; 1 Tm. 3:4; Ef. 3:14-19), transformamos nossa
família num fardo. Nossos pais, irmãos, irmãs e filhos deixaram de ser, para
nós, uma benção, um presente, uma joia preciosa que desejamos ardentemente cuidar,
proteger, guardar e priorizar.
O
que fazer? Precisamos nos adequar enquanto temos tempo, sob pena de colhermos
as consequências da negligência num futuro não tão distante (2 Tm. 3:3 – “sem
afeto natural”). As palavras que devemos olhar com atenção são: Organização e prioridade.
Organizar nossas agendas de tal modo que nos possibilite priorizar nossa
família, priorizar nossas relações intramuros, fornecer àqueles que vimos, ou
nos viram, nascer e crescer, tempo de qualidade que possibilite um
amadurecimento e crescimento em amor e zelo.
“Eu e minha casa serviremos ao Senhor”
(Js. 24:15). Isto já fazemos faz tempo. Precisamos é servir uns aos outros e
nos relacionarmos melhor uns com os outros em nossa casa. Talvez, assim, agrademos
mais ao Senhor que dizemos servir (1 Jo. 3:17; 4:21).
Parafraseando
1 Jo. 4:20 – “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e não se relaciona bem com seu
irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, com quem convive, como pode
amar a Deus, a quem não se vê?”
Pense nisto, e mude pra melhor!
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