Respeito o Princípio da Autoridade. Rejeito a Impiedade Autorizada.


Alguns dizem que cristãos não podem participar das manifestações populares porque não podem se insurgir contra as autoridades concedidas por Deus. Certamente que tem em mente o texto bíblico registrado em João 19:11a - "Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado; (...)". Nele, Jesus explica à Pilatos que o exercício da autoridade pelos homens é uma concessão divina.

Observemos, de antemão, que Jesus quando faz esta afirmação não está legitimando as injustiças, as crueldades e o próprio ateísmo do governante romano. O que Jesus dizia era que o "poder de exercer liderança sobre outros" era uma outorga divina. Como "todo poder pertence a Deus" (Sl. 62:11; Mt. 28:18), só se é possível governar sobre outros com permissão divina.

O que isto significa? As pessoas que estão exercendo a autoridade hoje não serão as mesmas amanhã. Serão outras, e depois outras, e outras, porém, "o principio da autoridade permanecerá como uma concessão de Deus". Por esta razão, os anarquistas não encontram respaldo divino para suas concepções, haja vista que se insurgem contra o princípio da autoridade (concessão divina), e não apenas contra um governo ruim.

Como cristão, quando me posiciono contra alguém que no exercício da autoridade está cometendo torpezas e iniquidades, fico contrário ao ímpio e suas maldades. Isto não significa uma não aceitação de que alguém pode (e deve) exercer autoridade sobre a polis (conjunto de habitantes de determinado lugar). Esta é a lógica para uma sociedade minimamente organizada e seus grupos representativos.

O exercício da autoridade concedida por Deus não dá a ninguém o direito de corromper, de roubar ou de praticar toda espécie de injustiças para com aquelas pessoas que se encontram sob sua autoridade. No tempo próprio, Deus os julgará.

No entanto, enquanto vivermos aqui, não podemos concordar. E, mais. Devemos utilizar os mecanismos políticos disponíveis para cassar seu mandato. Na democracia, é através dos votos dos habitantes do lugar que seus líderes são escolhidos... e rejeitados.

Uma democracia é, também, caracterizada pela livre manifestação de seus cidadãos, independente de suas crenças, ideologias e opiniões. Por esta razão, mesmo sendo cidadãos que acreditam numa pátria celestial, os cristãos devem exercer seu papel de "sal da terra e luz do mundo" ((Mt. 5:13,14) - também, uma concessão divina)), influenciando e ajudando a influenciar quando se está numa jornada para melhorar a qualidade de vida da população, especialmente, dos mais necessitados.

"Quando os justos governam, o povo se alegra. Quando os ímpios governam, o povo geme" (Pv. 29:2).

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