Gente Que Se Engasga Com Um Mosquito e Continua Engolindo Camelos.
“Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo” (Mt. 23:24).
Num discurso inflamado contra os escribas e fariseus, Jesus discorre toda
sua indignação contra aquelas pessoas que, se fazendo filhos de Deus, eram
apenas cumpridores dos dogmas humanos de uma religiosidade cruel, desumana. O
Mestre relaciona no texto uma série de características que apontam para uma
vida distante de Deus e de sua graça.
Como líderes e formadores de opinião, os escribas e fariseus deveriam ser
um exemplo de compaixão, misericórdia, bondade e amor altruísta. No entanto, o
Senhor os vê como um grupo de pessoas insensíveis, materialistas, avarentos,
corporativistas, orgulhosos e falsos. Em tese, deveriam ser mais compreensivos em relação às
bênçãos recebidas como consequência da graça, misericórdia e compaixão divinas,
porém, se comportam de forma oposta no trato com os outros e com Deus.
Jesus, dentre outras coisas, os identifica como “condutores cegos”. Eles
não conseguem ver a realidade moral, social e, muito menos, espiritual de suas
atitudes e comportamentos. Não conseguem enxergar almas aflitas, desiludidas,
sofridas e sedentas de Deus e de seu alívio. Pelo contrário, impõem sobre as
pessoas mais obrigações e, consequentemente, mais dores, imaginando ser o preço
que “os outros” devem pagar para obterem as tão sonhadas bênçãos de Deus.
Estavam cegos, perdidos no caminho, sem encontrar a saída, ainda que a
saída estivesse diante de seus olhos. Eles, cauterizados por seu status quo, perderam a sensibilidade
característica daquelas vidas que “ainda ouvem Deus,” e incorporaram um
radicalismo ferrenho na defesa de suas benesses e de sua autoridade religiosa.
Por causa desses homens, o povo de Deus se tornou apenas mais uma religião,
semelhante às pagãs. O viver com Deus se tornou apenas o cumprimento de um
imenso rol de ritos e ordenanças praticados a todo custo, produzindo vidas
atormentadas e oprimidas. Não havia qualquer preocupação dos escribas e
fariseus com o interior do “copo” (Mt. 23:25), contanto que o exterior
estivesse bonito, consideravam ser esse o padrão de Deus. Enganados e enganosos.
Jesus os desmascara. Suas atitudes eram de quem tinham perdido
completamente o contato e o relacionamento com aquele que é Senhor da vida, o Grande
em misericórdia, compaixão e bondade. Eram religiosos, e como tal,
representavam bem a religião, não, Deus.
A igreja atual, sem generalizar, comporta “espertos” disfarçados de
representantes do Senhor. Conforme a lista de Jesus, sentam na cadeira de Moisés
(e como brigam para sentar nela), falam bem, mas, praticam o mal; convocam o
pobre para “votos financeiros” pesados (tudo, ou R$ 900,00 (...), ou valor
correspondente ao aluguel da casa onde mora – o cara mora de aluguel!!!), mas os
fanfarrões transitam em carros luxuosos, importados e possuem, não raro,
diversas casas espalhadas por todo canto (porque não as vendem e trazem o preço
para Deus os abençoar???).
Ah! Eles gostam dos primeiros lugares e de saudação nas praças (ou nos palácios
governamentais); suportam conchavos políticos, utilizando o povo de Deus como
moeda de troca, além de aceitarem conviver com pecados públicos e, por isto,
escandalosos, deles e de pessoas que nem deveriam ter saído ainda do banco do
discipulado. Jesus estava certo! Jesus está certo! “Condutores cegos! Se engasgam
com um mosquito, engolem camelos”, e por verem o crescimento de suas
próprias barrigas, imaginam que Deus os está fazendo prosperar.
Escribas! Torço que a graça divina, esquecida nos titulos e cargos que
conquistastes, se manifeste e mude vosso coração e vossa visão, dando-lhe
condições de guiar efetiva e adequadamente o povo de Deus.
Fariseus! Torço que as escamas de seus olhos se desprendam, caiam, e
enxergues o dom gratuito de Deus que deve ser desfrutado e oferecido aos
outros, também.
Antes que seja tarde demais... Pra vocês.
Comentários
GRande texto, que coloca às claras infeliz verdade.
Que Deus tenha misericórdia de nós, para não cairmos, em algum momento, nesse mesmo proceder.
Forte abraço, irmão.
Você tem toda razão. Cometi estes erros materiais que irei corrigir. Se trata do texto em Mt. 23:24 e 25.
Fico-lhe muito grato.
Em detectanto outros erros, agradeço-lhe sua cooperação.
Graça e Paz.