O Governo do AntiCristo

Texto Áureo (I Jo. 2.18): “Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora.

O texto da primeira carta do apóstolo João, nos remete a dois tipos de anticristos: O sujeito que gerenciará o mundo organizado sob uma única gestão, e aqueles que, mesmo tendo convivido durante um período entre os crentes, se rebela contra os princípios cristãos, se posicionando em contrário a tudo que diz respeito a Cristo e ao cristianismo. João informa, confortando os cristãos, que tais situações são apenas sinais de que “é já a última hora”.

A lição aqui aborda o primeiro tipo, ou seja, o anticristo que governará o mundo num futuro bem próximo.

Leitura Bíblica em Classe (Ap. 13.1-9):

“E vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia. E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio. E vi uma das suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta. E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela? E foi-lhe dada uma boca, para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para agir por quarenta e dois meses. E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu. E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. Se alguém tem ouvidos, ouça”.

INTRODUÇÃO

A grande tribulação é um período de sete anos, cujo registro é encontrado na profecia conhecida como “As Setenta Semanas de Daniel”, registrada no livro deste, no capítulo nove (9). O início da grande tribulação está caracterizado no surgimento de um homem que assumirá a administração do mundo, e sua administração será decisiva para o fim da presente Era. Sabe-se que é Deus quem autoriza-o a exercer seu governo (Ap. 6:2), a fim de possibilitar a provação final sobre os habitantes da terra (Ap. 3:10). Com esta provação, que a Bíblia, também, se refere como “dia da ira de Deus”, haverá a separação entre os que servem a Deus e os que não servem, ou seja, aqueles que tem seus nomes registrados no Livro da Vida do Cordeiro e os que não o tem.

Este período de sete (7) anos será dividido em dois grupos de três anos e meio. Resumidamente, as duas fases são:

1. Os primeiros três anos e meio.

Este período será marcado pela subida do anticristo no cenário mundial. O anticristo não será Satanás em forma de pessoa, e nem ele vai entrar no corpo de uma pessoa, como um endemoninhado. Será alguém que atuará segundo propósitos de Satanás (2 Ts 2.9-11). As duas figuras-chave dessa primeira parte são o falso profeta (a besta da terra) e a formação de uma poderosa confederação de nações (a besta do mar - Ap 13).

a)                        A besta que sobe do mar (AntiCristo - Sistema político - Ap 13.1-4). Há interpretações diferentes a respeito desta besta. No entanto, precisamos considerar a explicação do anjo registrada em Ap. 17:7-13, a fim de entendermos que se trata de um reino perene, ou seja, que existe permeando toda a história humana e, agora em seu final, culminará com uma liderança forte (O AntiCristo), amparada pela submissão de outros reinos.

“Aqui o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. E são também sete reis; cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo. E a besta que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição. E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta. Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta” (Apocalipse 17:9-13).


b)                        A besta que sobe da terra (Falso profeta - Sistema religioso - Ap 13.11-16). É o falso profeta que aparecerá neste tempo. Ele não é o anticristo, mas os dois trabalharão em profunda sintonia (Ap 13.12): um no plano político e outro no plano religioso. Esta religião terá uma aceitação mundial, além de ter uma tendência fortemente ecumênica, misturando todas as religiões numa só e enganando a todos (Ap 17.4,5), mas rejeitando todas as outras individualmente. Ela terá ainda o papel de dar suporte espiritual as ações do AntiCristo, considerando-o um “deus” e fazendo com que as pessoas adorem a sua imagem e recebam o sinal na testa ou no dorso da mão (Ap. 13:16). Ressalte-se aqui que a força do AntiCristo e do seu falso profeta não se compara ao poder do Senhor, que com apenas um sopro de sua boca os derrotará (Is. 11:4; 2 Ts. 2:8).

2. Os últimos três anos e meio.

O marco deste período é a quebra da aliança do anticristo com o povo israelita (Dn 9.27b), e consequentemente, uma grande perseguição a eles (Dn. 7.24,25) e aos cristãos (Ap 13.7). A "imagem da besta" vai monitorar e castigar todos aqueles que não se renderem ao domínio do anticristo (Ap 13.15). No templo do Senhor, ele mesmo se assentará como querendo ser Deus 2 Ts 2.3,4. Assim, o domínio religioso e o domínio político vão se fundir num só. A partir desse momento, Satanás (o dragão), juntamente com o anticristo (a besta) e o falso profeta, começará a mobilizar as nações contra Israel (Ap 16.10-14). E o conflito político-religioso se transforma num conflito militar, culminando com a conhecida “Batalha do Armagedom”.

O ambiente que reinará na Terra durante o governo do anticristo, está resumido no simbolismo dos quatro cavaleiros do Apocalipse registrados no capítulo 6:1-8:


·         a) O cavaleiro branco (vv.1 e 2): a dimensão política. Na opinião de muitos estudiosos da Bíblia (no que concordo), este cavaleiro branco é o anticristo, pois todos os selos representam o castigo divino. Além do fato de que Cristo nunca foi representado com um arco. Este vitorioso vai conseguir um grande destaque no mundo, tanto pelos atos de governo que realizará, como pelos sinais sobrenaturais. O branco aqui significa a vitória que ele terá neste mundo.

·         As organizações politicas já trabalham com a perspectiva de um governo mundial. Isto pode ser visto nas ações que visam fazer da ONU o instrumento político capaz de intervir em qualquer país que ameace de alguma forma a pretensa paz mundial, Paralelamente, as grandes organizações econômicas já desenvolvem projetos que visam a implantação de uma moeda única, o que facilitará o controle sobre bens e serviços disponíveis para a população.

·         b) O cavaleiro vermelho (vv. 3, 4): a dimensão social. A cor vermelha sempre é relacionada às emoções fortes. Assim, este cavaleiro será o símbolo dos conflitos sociais. Isso inclui o aumento desenfreado do pecado, das desigualdades entre ricos e pobres, resultando no aumento do ódio e, consequentemente, numa grande convulsão social.

·         Neste início de novo século, XXI, já se percebe a tendência das sociedades em tomar para si o poder, insurgindo-se contra toda dominação e reivindicando Estados que busquem atender suas necessidades sociais. Reprimidos pelos poderosos, os conflitos são inevitáveis, gerando mais dependência de algum governo ou autoridade que a exerça com mão forte. É por esta razão que o apóstolo João informa que o “espírito do anticristo JÁ ESTÁ NO MUNDO” (1 Jo. 4:3).

·         c) O cavaleiro preto: a dimensão econômica (vv. 5,6). A balança significa o racionamento de alimento que haverá naquele tempo. Isto fará com que, quem quiser viver mais ou menos bem, vai ter que usar o "passaporte da besta". A Bíblia diz que o sábio poderá entender, pois o seu número é 666. (Ap. 13.16-18). Com a falta de comida, o anticristo poderá dominar economicamente muitas pessoas, principalmente os pobres, que não terão dinheiro para comprar comida, e assim se submeterão ao governo do anticristo. Este cavaleiro tem a ver com a pobreza e com a fome.

·         Vale destacar a progressiva ação da indústria de alimentos que, a exemplo da soja, milho e outros produtos vegetais, investem na manipulação genética com a justificativa de torna-los mais abundantes e melhores para o consumo humano. Uma análise mais cuidadosa desnudará a falácia, pois, mesmo com o aumento das tecnologias adotadas, os famintos da terra continuam famintos (países africanos, asiáticos e algumas regiões até de países chamados desenvolvidos como o Brasil) e nada se fez para reduzir tal mancha moral da humanidade.

·         Outro dado interessante nessa área é o surgimento de frutas sem sementes. Observe que a existência deste tipo de produto facilita sua utilização por parte da população, porém, facilita, também, o controle. Frutas sem sementes não podem ser plantadas por qualquer um. Quem quiser, tem que adquirir. Mais uma vez, apenas aqueles que tiverem “o sinal da besta no dorso da mão ou na testa” terão permissão para comprar ou vender os produtos (Ap. 13:17).

·         d) O cavaleiro amarelo: a consequência de todos os outros cavaleiros (vv.7 e 8). Percebamos que o amarelo tem a ver com palidez, com a anemia e com a morte. Podemos imaginar este cavaleiro como um zumbi ou um morto - vivo. É o pior dos quatro cavaleiros, pois ele é a consequência do governo do anticristo: o ódio, a fome e a morte. A morte será o grande castigo de Deus sobre o mundo (Ap 13.10).

·         A humanidade neste novo sistema, não comportará muitos habitantes. Por esta razão, há tantas práticas de eliminação de vida sendo adotadas: aborto, eugenia, eutanásia, infanticídios dos mais variados. Este espírito de morte avança sobre o mundo, estimulado pelas dificuldades que os homens se metem, pois, os governos se veem no dilema do avanço da tecnologia, eliminando o emprego das pessoas; a escassez de área para moradia, pois, os grandes centros urbanos já não dispõem de espaço para abrigar aqueles que abandonam o ambiente rural e desejam migrar para as grandes cidades; a diminuição de mananciais de água potável, que tornará a vida impossível sobre a terra. Por tudo isto e outras coisas mais, a morte será um aliado do governo do anticristo.

CONCLUSÃO

Em décadas pesadas, quando os cristãos anunciavam a implantação de um governo mundial, inúmeras pessoas desdenhavam-nos, pois, enxergavam um mundo com áreas imensas, com grupos vivendo isoladamente e, desta forma, sem qualquer possibilidade de gerenciamento delas, pois, naquela época, inexistia qualquer sistema que possibilitasse uma administração centralizada na terra.

Atualmente nos debruçamos com a globalização. Países se juntando economicamente a outros, formando blocos e definindo em conjunto políticas para suas respectivas regiões; mega-empresas, especialmente aquelas ligadas a telecomunicações e finanças, absorvem outras menores, expandindo seus tentáculos e seu poder de ação; A ONU, com seus órgãos complementares, discutindo e implantando políticas sobre os governos e população, tendo, inclusive, seu próprio órgão de justiça, conhecido como “Tribunal Internacional de Justiça”, comumentemente chamado de Corte de Haia ou Tribunal de Haia.

Não há como duvidar de um tempo em que o mundo será gerenciado por um conglomerado de países, tendo em sua liderança, um executivo exercendo a administração no poder de Satanás. As pessoas estarão dominadas e subjugadas, não terão qualquer possibilidade de reversão do quadro. A religião, que poderia ser considerada como uma contracultura no ambiente que se desenha, estará personificada como uma Babilônia, a prostituta, e por sua vez, dominada pelos milagres e carisma do falso profeta (braço direito do anticristo).

 A Bíblia expõe em suas páginas toda esta “velha novidade” que o mundo contempla nos dias atuais. Leiamos o que diz a Palavra de Deus através do profeta Isaías: “As primeiras coisas desde a antiguidade as anunciei; da minha boca saíram, e eu as fiz ouvir; apressuradamente as fiz, e aconteceram. Porque eu sabia que eras duro, e a tua cerviz um nervo de ferro, e a tua testa de bronze. Por isso te anunciei desde então, e te fiz ouvir antes que acontecesse, para que não dissesses: O meu ídolo fez estas coisas, e a minha imagem de escultura, e a minha imagem de fundição as mandou. Já o tens ouvido; olha bem para tudo isto; porventura não o anunciareis? Desde agora te faço ouvir coisas novas e ocultas, e que nunca conheceste (Is. 48:3-6). Este texto é apenas um, dentre outros, e fazem parte do contexto do fim dos tempos anunciado pelos profetas, pelos apóstolos e pelo próprio Deus, Jesus Cristo.

Antes do governo do anticristo, os salvos em Jesus serão retirados para que a implantação do governo mundial tenha livre curso. Por esta razão, a necessidade hoje é atentarmos para os sinais que Cristo, antecipadamente, mencionou que aconteceria antes da sua volta e do fim dos tempos. Estes sinais estão cada vez mais evidentes para todos nós (Mt 24.1-14). Falsos profetas surgem por toda parte (Mt 24.11), os homens se matam, se corrompem, se odeiam e se destroem (Mt 24.7-12). A própria igreja está sendo abalada (At 20.29), e muitos estão dormindo no pecado e no descompromisso com Deus (Mt 25.5).

O conhecimento da Palavra de Deus nos relembra nossa responsabilidade em manter uma vida de separação do mundo, observância dos preceitos sagrados e anúncio dessas verdades que afetarão a vida não só dos cristãos, mas, de todas as pessoas que habitam este planeta. Que desde então, levantemo-nos espiritualmente (Ef. 5.14) e avivemo-nos, pois, a vinda de Cristo é certa. Fomos chamados para nos separarmos do mundo: que separados, então, sejamos (1 Pe. 1:15), pois, afinal, “sem santificação ninguém verá a Deus!” (Hb. 12:14).

Vivam em Cristo e para Cristo, ou preparem-se para o governo mundial.

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