A Assembleia de Deus na Bahia - Os Novos, Os Velhos, Os Sem-partido e os Pecadores



A atual configuração da Assembleia de Deus na Bahia expressa a igreja de Corinto no Séc. XXI.

A igreja de Corinto, como sinaliza Paulo nas epístolas endereçadas a ela, era detentora de inúmeros problemas sérios, porém, viviam como se nada estivesse acontecendo ou tivesse acontecido. No alto de suas vidas, supostamente, cristãs, reuniam-se para o culto, para a ceia, para ouvir as verdades do evangelho de Cristo.  Jesus dizendo: “perdoem seus inimigos para que meu Pai lhes perdoe também; não usem espadas, use o amor; amem vossos inimigos, orem por eles, dê-lhes comida e água; limpem vossos corações; não queiram a posição mais alta; sejam humildes; considerem-se menores que o outro; e mais, e mais...” Mas, isto não lhes causava qualquer incômodo.

É natural do ser humano varrer os próprios defeitos para debaixo do tapete e continuar vivendo, ou sobrevivendo, acreditando numa miragem. Assim aconteceu com a Corinto original, e está acontecendo com a “Corinto moderna”. Eles tem Acã como seu melhor professor (Js. 7).

Cá estamos nós, fingindo uma vida cristã. Seria injusto generalizar. Há uma minoria silenciosa que mantém seus pés firmes na “Rocha” (Sl. 40). Mas, não se enganem. Esta minoria é silenciosa porque o comportamento da maioria tornou vergonhoso ser cristão. A exceção (minoria) deveria ser a regra, todavia, a regra virou exceção.

Esta nova Corinto com os Novos, os Velhos, os Sem-partido e os Pecadores, erguem muros em torno de si mesmos e prosseguem enxergando o céu como limite. Ainda não foram tentados a colocar os seus tronos acima do Trono de Deus. Ainda. Assim espero. Enxergam o céu como limite porque sabem que lá está a morada do Altíssimo.

Semeiam contendas, inventam histórias tenebrosas contra seus inimigos, sem qualquer prova (levianos), se achando anjos, consideram demônios quem não faz parte do seu grupo; insistem na defesa de sua facção. Cada um age conforme o preço pago por sua consciência, e assim, vai agindo conforme sua concupiscência. Seus corações estão adoecidos pelo ressentimento, pela mágoa, e sua visão está turvada pelo ódio desmedido.

Não conseguem enxergar o Reino de Deus com um todo. Pra essa gente, o Reino de Deus está caracterizado exclusivamente no grupo que ele faz parte. Com certeza o Reino de Deus não seria tão medíocre e mesquinho assim. Mesmo falando tanto de eternidade, eles têm medo dos céus, pois, sabem que suas obras envergonham Deus.

No arraial assembleano baiano, essa nova Corinto tem configuração própria.

Os Novos. Indiferentes, subservientes, reféns de uma organização que já nasceu doente, sofrendo de uma chaga que tem cura, mas, não permitem que o Médico os cure. E essa chaga perniciosa é cruel, pois, se espalha pelo corpo e mata. “A altivez precede a queda; a humildade precede a honra” (Pv. 18:12).

Os Velhos. Iracundos, irreconciliáveis, orgulhosos, adeptos de “o fim justificam os meios”. O Mestre quer lhes mostrar o caminho, mas, eles não O escutam. Como bêbados, andam trôpegos pelo caminho. Amparados por muletas, vão seguindo um cego orgulhoso de sua cegueira. “Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova” (Mt. 15:14).

Os Sem-partido. Frustrados, decepcionados, procurando referências sem encontrar. Olham os homens, veem Cristo, percebem a grande diferença entre eles. Creem em Jesus, mas, para se manter na fé, fogem dos homens cristãos e suas instituições divinizadas. No meio das trevas, percebem a luz e seguem... suplicando a Deus que a condenação dos homens cristãos não os impeçam de chegar.

Os Pecadores. Assistem a tudo e não entendem. “Jesus é paz, mas, seu povo vive em guerra; Jesus é amor, mas, seu povo não perde uma oportunidade de odiar; Jesus é graça, mas seu povo só libera a bênção se pagar (penitência ou dinheiro?);” Notam a beleza do evangelho, mas, confrontado com o fruto na vida de alguns cristãos, ficam desconfiados de que alguma coisa não funciona bem. E a desconfiança os mantém assim: “querem estar perto de Cristo, mas, distantes dos crentes”. E Jesus os encontrará.

E Cristo conclama Novos e Velhos ao arrependimento, a confissão de vossas culpas uns aos outros, e ao abandono das práticas que desagradam a Deus. Jesus ainda espera reuni-los numa mesma mesa para cear com Ele, e assim, entenderem a essência cristã: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo. 17:21).

E Cristo, paciente e amorosamente, acompanha os Sem-partido. Derrama Sua graça, mesmo quando não sentem, mesmo quando questionam porque Deus os abandonou. E o Espírito Santo sopra sobre eles como uma brisa suave... e eles continuarão seguindo em direção ao céu. “E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite” (Êx. 13:21-22).

E aos Pecadores o Senhor se apresenta para curar-lhes as feridas e salvar-lhes as almas. A esses, o Senhor chama e diz: “Eu não preciso dos novos e dos velhos para ser quem Sou”. “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo. 14:6). Reitera que Ele mesmo é o Senhor, o Salvador.

De qual grupo fazemos parte? Qual a melhor situação? O que esperar do futuro evangélico neste arraial? Somos quatro? Porque não um? Isto nos envergonha?

Os Novos e Velhos deixam Cristo do lado de fora;

Os Sem-partido vivem como se Cristo os tivesse abandonado;

Os pecadores tem a vívida esperança de se salvar.

Talvez seja por isso, que os pecadores sentavam à mesa com Cristo e comiam com Ele (Mt. 9:10).

Comentários

RAFAEL CARLOS disse…
Irmão Eliel

A paz do Senhor

Estou tornando seguidor do blog do irmão novamente. Gostaria que o irmão se tornasse seguidor do meu outro blog, o blog Teologia e Bíblia, que eu criei para colocar estudos bíblicos. Espero resposta do irmão. Deus abençoe.

Rafael Carlos

teologiaebiblia.blogspot.com

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